O candidato a líder do PSD acredita que os militantes preparam-se para escolher não só um presidente para o partido como também o próximo primeiro-ministro de Portugal.

“Este simples facto deve determinar a forma como vamos tomar a nossa decisão. Não nos podemos dar ao luxo de voltar a falhar”, alertou Aguiar-Branco no congresso extraordinário que decorre até amanhã em Mafra, em que tratou Sócrates como um “estorvo” para o País.

O candidato à liderança do PSD assumiu que “os portugueses merecem melhor, merecem um novo primeiro-ministro”, dizendo ser “para isso que conta com a força de todos” os militantes. O vencedor das directas social-democratas, resumiu, terá a “enormíssima responsabilidade em
restituir a confiança nos valores que tão mal tratados foram com José Sócrates”.

Na intervenção desta tarde, Aguiar-Branco disse ainda que “não basta um bom tribuno ou um bom técnico para mobilizar o país e o partido” (em referência aos rivais Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho, respectivamente), sublinhando a necessidade do próprio PSD estar
unido.

No fundo, resumiu ainda para receber a maior ovação do seu discurso, para “voltar aos anos em que debatíamos de forma feroz, mas com lealdade e respeito, e quando saíamos daquela porta [do congresso] éramos um único partido”.

No início da sua intervenção, Aguiar-Branco passou em revisão algumas das linhas gerais de política económica que defende para o país, desde o adiamento das grandes obras públicas até a um “novo paradigma económico” assente no sector social, indústrias criativas e
investigação.

Por fim, o candidato assumiu que, caso vença as directas dentro de duas semanas, o PSD vai “avançar sem medos para a regionalização”, já que “um partido reformador não disfarça e não adia as suas posições para quando der mais jeito”.