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"Der Spiegel" defende que "Grécia não pode adiar a saída do euro"

"Acrópole, Adeus": O aceno foi dado pela revista alemã "Der Spiegel". É "tempo de admitir a derrota". O plano de resgate falhou. "As melhores esperanças para a Grécia estão, agora, no regresso ao dracma".

"Der Spiegel" defende que "Grécia não pode adiar a saída do euro"
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A Acrópole de Atenas tem de dizer adeus ao euro. “A Grécia não pode adiar mais a saída da Zona Euro”. A revista alemã “Der Spiegel” explica “porque é que a Grécia tem de sair do euro”.

É uma posição inédita aquela que a publicação germânica toma esta semana. “Acrópole, Adeus”, é a indicação inscrita na capa de uma edição em que a “Der Spiegel” defende que o euro deve ser uma moeda a 16. Sem a Grécia.

“[É] tempo de admitir a derrota”, escreve a publicação. Porquê? Porque o plano de resgate, acordado por Atenas com a União Europeia, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Central Europeu, “falhou”. Mesmo com a intervenção, as dívidas da Grécia continuam a crescer. “Com a situação política a tornar-se cada vez mais caótica, novas eleições parecem cada vez mais prováveis”, continua a “Der Spiegel.

E os eleitores já rejeitaram a austeridade, ao tornar Alexis Tsipras no segundo líder partidário mais votado, já que este está à frente do Syriza, a Coligação da Esquerda Radical, como refere a publicação. Esta força política quer rasgar os acordos com a Europa, porque infligem duros sacrifícios ao país. É com Tsipras, defensor do fim da austeridade, que começa o artigo da “Der Spiegel”. “Tsipras sabe aquilo que muitos gregos estão a pensar”, indica a notícia.

Na verdade, escreve a “Der Spiegel, “os gregos nunca estiveram preparados para uma união monetária e ainda não o estão, nos dias de hoje”. “É, agora, óbvio que uma retirada seria também no melhor interesse do país”, continua o artigo da revista.

Regresso ao dracma

A Acrópole de Atenas e o dracma. Este é que deveria ser o destino da Grécia para a “Der Spiegel”.

“As melhores esperanças para a Grécia estão, agora, no regresso ao dracma”, defende a influente revista germânica. Com uma divisa própria, a nação “poderia decidir o seu próprio destino”, com exportações mais baratas.

Krugman também disse, hoje, que a Grécia poderá sair do euro no próximo mês. O artigo da revista é publicado, aliás, num período em que esta questão tem sido colocada, após a votação expressiva em Tsipras, que tem, também ficado à frente nas sondagens pós-eleitorais. E os próprios líderes europeus já falam desta como uma questão que deixou de ser tabu. Wolfgang Schäuble, ministro das Finanças alemão, disse que é uma decisão dos gregos.

“Não é uma questão de abandonar os gregos”, salienta o artigo, evidenciado que a Grécia “continua a ser uma parte importante da Europa”. Porque a solidariedade não é entre membros do euro. Se fosse, o país não teria recebido ajuda por parte dos restantes países da Europa que não fazem parte da união monetária.

Deixar o euro, escreve a revista semanal, é, para a Grécia, o modo de “reconquistar a dignidade”.
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