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Quase dois terços das renováveis são mais baratas que o carvão

O relatório da Agência Internacional de Energia Renovável indica que as energias "verdes" mantêm a competitividade face aos combustíveis fósseis, já que os custos de produção continuam a diminuir.

A descarbonização da economia pode impulsionar as elétricas.
Guillaume Horcajuelo/Epa
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Os preços das energias renováveis permanecem competitivos face aos combustíveis fósseis, numa altura em que se assiste ao aumento dos custos de petróleo e gás por todo o mundo e particularmente na Europa, com a guerra na Ucrânia.

Este é o resultado de um relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) - "Renewable Power Generation Costs in 2021" - que revela que quase dois terços (163 gigawatts) da energia renovável no mercado no ano passado tem custos menores do que as opções mais baratas de produção de carvão nos países do G20, que compõe as economias mais desenvolvidas do mundo.

Isto porque o preço de produção desta energia "verde" continuou em rota decrescente no ano passado - a energia eólica "onshore" reduziu 15%, a eólica "offshore" perdeu 13%, ao passo que a energia solar fotovoltaica registou um decréscimo também de 13% - em comparação com 2020.

Os indicadores divulgados esta quarta-feira mostram ainda que a energia renovável produzida no ano passado permite uma poupança de 55 mil milhões de dólares (54,8 mil milhões de euros) nos custos globais de produção energética.

"As energias renováveis são de longe a forma mais barata de energia atualmente" explica Francesco La Camera, diretor-geral da IRENA.

"2022 é um exemplo gritante de quão economicamente viável a nova geração de energia renovável se tornou. A energia renovável liberta as economias da volatilidade dos preços e das importações de combustíveis fósseis, reduz os custos de energia e aumenta a resiliência do mercado – ainda mais se a atual crise de energia continuar", continua La Camera.

Sobre a guerra na Ucrânia e o impacto nos custos da energia, o diretor-geral explica que "embora uma resposta temporária à crise possa ser necessária na situação atual, desculpas para suavizar as metas climáticas não serão válidas a médio e longo prazo. A situação de hoje é um lembrete devastador de que as energias renováveis e a economia de energia são o futuro".

Os altos preços do carvão e do gás no ano passado e este ano correm o risco de deteriorar ainda mais a competitividade dos combustíveis fósseis, tornando a energia solar e eólica mais atraente e sustentável em termos financeiros, indica o relatório da IRENA.

Já em relação às cadeias de fornecimento, a agência adianta que nem todos os aumento dos custos nos materiais passaram ainda para os preços dos equipamentos e para os custos de projetos de energia "verde". Se os custos dos materiais continuarem elevados, a pressão nos preços este ano pode ser mais elevada mas, esclarece a agência, os ganhos gerais das energias renováveis compensam mesmo assim o incremento nos preços dos combustíveis.

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