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PS afasta referendo europeu e não comenta reivindicações orçamentais
O PS defende, antes, um cenário de "refundação" do projecto europeu com "maior integração política".
O PS afastou hoje qualquer referendo sobre União Europeia em Portugal, defendendo antes uma "refundação" do projecto europeu com "maior integração política", e recusou comentar reivindicações do Bloco de Esquerda para o Orçamento de 2017.
Estas posições foram transmitidas pela secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, no final da X Convenção do Bloco de Esquerda que decorreu este fim-de-semana em Lisboa.
No final da convenção, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, anunciou que irá propor um referendo nacional sobre Europa, caso Portugal seja alvo de sanções por parte das instituições europeias.
Ana Catarina Mendes não colocou sequer esse cenário de sanções aplicadas a Portugal.
"Este é um tempo em que a Europa tem de reflectir e encontrar as soluções que os cidadãos necessitam. Por isso, não é tempo para estarmos a falar em referendos, mas sim de uma reinvenção e de uma refundação do próprio projecto europeu, que está com enormes problemas", contrapôs a "número dois" da direcção do PS.
Ana Catarina Mendes frisou depois que o PS "sempre acreditou num projecto europeu de coesão social, de solidariedade e da paz, com maior integração política".
"É nisso que estamos empenhados. O PS e este Governo já demonstraram que têm feito voz grossa no sentido de defender os interesses de Portugal e, por isso, sempre rejeitaram quaisquer sanções ao país, porque não seriam merecidas após o esforço feito pelos portugueses e, igualmente, porque não são necessárias quando se está a inverter o rumo da austeridade e a lutar também para que a Europa mude a sua política", alegou a secretária-geral adjunta dos socialistas.
Numa alusão ao resultado do recente referendo realizado no Reino Unido, em que a maioria dos cidadãos britânicos optou pela saída da União Europeia, Ana Catarina Mendes defendeu que a Europa "tem de perceber os sinais dados nos últimos e tem de inverter as políticas de austeridade".
"Quero acreditar que a União Europeia não vai impor sanções a Portugal. Seria uma injustiça face ao esforço que os portugueses fizeram ao longo dos últimos anos", acentuou.
Interrogada sobre as reivindicações do Bloco de Esquerda para o Orçamento do Estado para 2017 em matéria de pensões e de apoios sociais, Ana Catarina Mendes recusou-se a comentá-las, alegando que o Orçamento só começa a ser negociado "nos próximos tempos".
A secretária-geral adjunta do PS referiu então que os acordos de incidência parlamentar para a viabilização do Governo têm como pressuposto uma negociação ano a ano de cada Orçamento do Estado.
"Na altura, veremos o que deve ser feito. Não é o momento para nos pronunciarmos sobre propostas em concreto. Essas negociações decorrerão a seu tempo", reagiu a "número dois" da direcção do PS.
Ana Catarina Mendes manifestou-se depois certa que em 2017 o país terá "outra vez um Orçamento amigo das famílias, amigo das empresas e amigo do crescimento, com recuperação da economia portuguesa".