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PS partilha das preocupações de Marcelo mas não confia no Governo para as resolver

"Não tivemos da parte do Governo a apresentação de uma visão estratégica para a economia, só sabemos que quer executar o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e continuar a reduzir o IRC, e depois repete a palavra 'investimento', mas sem uma visão estratégica para transformar a economia portuguesa", disse Pedro Nuno Santos.

José Sena Goulão/Lusa
01 de Janeiro de 2025 às 22:23
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O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, disse esta quarta-feira que partilha das preocupações do Presidente da República, mas considerou que "não há confiança na capacidade do atual Governo para as resolver".

"Partilhamos as preocupações do Presidente da República, mas infelizmente não temos é confiança na capacidade do atual Governo para as resolver", disse Pedro Nuno Santos em reação à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Na intervenção de cerca de dez minutos, o líder socialista apontou as áreas da economia, saúde e pobreza como exemplos de setores onde o atual Governo não conseguiu resolver os problemas, considerando que "a crise no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o expoente máximo da incapacidade do Governo na gestão dos serviços públicos".

Passando em revista a preocupação de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a pobreza, Pedro Nuno Santos afirmou que "as preocupações são partilhadas por todos, sem dúvida só redistribuindo melhor a riqueza gerada, mas sobretudo criando mais riqueza em Portugal, conseguiremos ultrapassar os problemas".

No entanto, o líder socialista acrescentou: "Não tivemos da parte do Governo a apresentação de uma visão estratégica para a economia, só sabemos que quer executar o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e continuar a reduzir o IRC, e depois repete a palavra 'investimento', mas sem uma visão estratégica para transformar a economia portuguesa".

Na saúde, o Governo "também tem falhado todos os dias e é incapaz de resolver os problemas", disse Pedro Nuno Santos, salientando que "o conjunto de medidas anunciadas não vai resolver, mas sim agravar o problema da saúde em Portugal", numa crítica em que apontou uma "estratégia clara de desvio de recursos públicos para o setor privado".

"Não temos um Governo do Serviço Nacional de Saúde ou da saúde, temos um Governo do interesse dos privados na saúde", criticou.

Na intervenção, o líder socialista referiu-se ainda a uma frase de Marcelo Rebelo de Sousa no discurso, quando afirmou que "ser português é ser universal".

Para Pedro Nuno Santos, isto significa que "o Presidente quis dizer aos portugueses que só [vão] melhorar enquanto país se [aproveitarem] as energias de quem vem de fora contribuir para o nosso país", num contexto em que as dificuldades e os problemas, nomeadamente os baixos salários, a habitação, o acesso à saúde, "são dos trabalhadores portugueses e dos trabalhadores estrangeiros e por isso é muito importante que os trabalhadores todos enfrentem os desafios comuns e partilhados que têm de ser resolvidos em conjunto, e não promovendo a exclusão".

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