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PS partilha das preocupações de Marcelo mas não confia no Governo para as resolver
"Não tivemos da parte do Governo a apresentação de uma visão estratégica para a economia, só sabemos que quer executar o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e continuar a reduzir o IRC, e depois repete a palavra 'investimento', mas sem uma visão estratégica para transformar a economia portuguesa", disse Pedro Nuno Santos.
"Partilhamos as preocupações do Presidente da República, mas infelizmente não temos é confiança na capacidade do atual Governo para as resolver", disse Pedro Nuno Santos em reação à mensagem de Ano Novo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Na intervenção de cerca de dez minutos, o líder socialista apontou as áreas da economia, saúde e pobreza como exemplos de setores onde o atual Governo não conseguiu resolver os problemas, considerando que "a crise no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é o expoente máximo da incapacidade do Governo na gestão dos serviços públicos".
Passando em revista a preocupação de Marcelo Rebelo de Sousa sobre a pobreza, Pedro Nuno Santos afirmou que "as preocupações são partilhadas por todos, sem dúvida só redistribuindo melhor a riqueza gerada, mas sobretudo criando mais riqueza em Portugal, conseguiremos ultrapassar os problemas".
No entanto, o líder socialista acrescentou: "Não tivemos da parte do Governo a apresentação de uma visão estratégica para a economia, só sabemos que quer executar o Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e continuar a reduzir o IRC, e depois repete a palavra 'investimento', mas sem uma visão estratégica para transformar a economia portuguesa".
Na saúde, o Governo "também tem falhado todos os dias e é incapaz de resolver os problemas", disse Pedro Nuno Santos, salientando que "o conjunto de medidas anunciadas não vai resolver, mas sim agravar o problema da saúde em Portugal", numa crítica em que apontou uma "estratégia clara de desvio de recursos públicos para o setor privado".
"Não temos um Governo do Serviço Nacional de Saúde ou da saúde, temos um Governo do interesse dos privados na saúde", criticou.
Na intervenção, o líder socialista referiu-se ainda a uma frase de Marcelo Rebelo de Sousa no discurso, quando afirmou que "ser português é ser universal".
Para Pedro Nuno Santos, isto significa que "o Presidente quis dizer aos portugueses que só [vão] melhorar enquanto país se [aproveitarem] as energias de quem vem de fora contribuir para o nosso país", num contexto em que as dificuldades e os problemas, nomeadamente os baixos salários, a habitação, o acesso à saúde, "são dos trabalhadores portugueses e dos trabalhadores estrangeiros e por isso é muito importante que os trabalhadores todos enfrentem os desafios comuns e partilhados que têm de ser resolvidos em conjunto, e não promovendo a exclusão".