Os conselheiros do Presidente-eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, estão a avaliar a hipótese de aplicar tarifas a todos os países, mas apenas para importações críticas. Esta é uma mudança significativa dos planos revelados durante a campanha, avança o The Washington Post.

Trump pediu repetidas vezes tarifas "universais" que podiam chegar a 10% ou 20% de tudo o que é importado para os Estados Unidos. Vários economistas alertaram dos riscos para o comércio internacional e vários membros republicanos do Congresso criticaram o antigo Presidente.

Mesmo com esta alteração às tarifas ainda seria provável que as medidas tivessem impacto na economia norte-americana e no comércio internacional, acrescenta o jornal norte-americano.

De acordo com três fontes conhecedoras das discussões, o foco - duas semanas antes de Trump tomar posse - tem estado mais na imposição de tarifas em setores reconhecidos como críticos para a segurança nacional e económica, ao invés de um desenho mais geral da medida.

"A tarifa universal setorial é um pouco mais fácil de aceitar. A ideia é que, se vamos aplicar tarifas universais, porque não começar por estas medidas específicas?", disse uma das fontes ao The Washington Post. "E isso ainda daria aos CEO um enorme incentivo para começarem a fabricar os seus produtos aqui", acrescentou.

A concretização poderia significar o reconhecimento por parte do próximo Presidente dos EUA do impacto das tarifas na economia e da impopularidade política da decisão.

Apesar de ainda não ser claro que indústrias poderiam sofrer mais com estas taxas, as discussões preliminares têm se focado em setores como a defesa, a saúde e a produção de energia. Entre os produtos que podem ser visados, estão o aço, ferro, alumínio, cobre, seringas, agulhas, materiais farmacêuticos e ainda baterias, minerais raros e até painéis solares.

É também pouco claro como estas novas tarifas se coadunam com a intenção, já manifestada pelo Presidente-eleito, de impor tarifas de 25% sobre os produtos importados ao México ou Canadá, bem como os adicionais 10% a materiais vindos da China.