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Marcelo pede “bom senso” que garanta estabilidade

Na penúltima mensagem de Ano Novo, o Presidente da República afirmou que o país precisa de menos pobreza e de não deixar nada por gastar do PRR. Pediu que o “bom senso” prossiga na cooperação institucional em 2025.

Marcelo Rebelo de Sousa durante a mensagem de Ano Novo de 2025.
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O Presidente da República apela a que o "bom senso" que permitiu o reforço da solidariedade institucional com o primeiro-ministro prossiga e continue a garantir a "estabilidade" em 2025, naquela que é a primeira mensagem de Ano Novo com Luís Montenegro em São Bento.


Marcelo Rebelo de Sousa retomou um tema que já tinha abordado nos cumprimentos de Natal ao Governo quando, dirigindo-se a Luís Montenegro, afirmou que a "solidariedade institucional é importante, mas não é suficiente", pedindo mais "cooperação" e previsibilidade. Agora volta a apontar a necessidade de cooperação.

"Precisamos que o bom senso que nos levou a reforçar a solidariedade institucional e até a cooperação estratégica entre órgãos de soberania, nomeadamente Presidente da República e primeiro-ministro prossiga", afirmou na mensagem de Ano Novo esta quarta-feira, em Belém. E acrescentou que foi esse mesmo "bom senso" "que nos levou também a aprovar os orçamentos de 2024 e 2025 [e que] continue a garantir estabilidade, previsibilidade e respeito cá dentro e lá fora."

Precisamos que o bom senso que nos levou a reforçar a (...) cooperação estratégica entre (...) Presidente da República e primeiro-ministro prossiga"Marcelo Rebelo de Sousa

Mas Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou também esta mensagem - a penúltima antes de abandonar funções - para retomar outros temas recorrentes de anteriores comunicações ao país, nomeadamente o combate à pobreza e a execução do plano de recuperação e resiliência (PRR).

Mais rendimentos e gastar todo o PRR

O Presidente da República lembrou que se em 2024 se invocaram os 50 anos do 25 de Abril, tal significa que essa data representa um "olhar para o futuro, não é repetindo o passado." E foi nesse sentido que afirmou que "precisamos de menos pobreza. A pobreza de dois milhões de portugueses é um problema de fundo, estrutural, que a democracia não conseguiu resolver. Precisamos de mais igualdade, social e territorial. Precisamos de ainda mais educação, de melhor saúde, de melhor habitação", disse o Presidente da República, numa altura em que entra no último ano de mandato no Palácio de Belém.

Para resolver este problema, Marcelo Rebelo de Sousa diz que é preciso investir na inovação e na produtividade, mas acima de tudo conseguir que a economia "cresça e possa pagar melhor e aumentar os rendimentos dos portugueses", corrigindo, deste modo, as desigualdades.

E retomou o tema do PRR e da necessidade de executar todas as verbas disponíveis, acelerando os projetos. "Precisamos que os 16 mil milhões do PRR que temos para gastar nos próximos dois anos sejam mesmo usados" alertou na oitava mensagem de Ano Novo. E lembrou que o tempo já não é muito.

"Precisamos que os 16 mil milhões do PRR que temos para gastar nos próximos dois anos sejam mesmo usados"Marcelo Rebelo de Sousa

O chefe de Estado focou-se também na política, sublinhando a importância de "renovar a democracia, não a deixar envelhecer". "Na juventude, no papel da mulher, no combate à corrupção, na construção da tolerância e do diálogo, na recusa da violência pessoal, doméstica, familiar e social. Na capacidade das forças políticas, económicas e sociais, mas também do sistema de justiça, mas também da administração pública, para se virarem para o futuro", enfatizou.

Olhando para o ano que agora começa - e depois de eleições nacionais e europeias em 2024 -, o chefe de Estado chamou a atenção para as autárquicas, onde acredita que voltará a prevalecer "a vontade experiente e determinada do povo português".

Ainda antes de se focar na realidade nacional, Marcelo Rebelo de Sousa abriu o discurso no plano internacional, referindo-se desde logo aos desafios dos resultados nos EUA. "As eleições norte-americanas deram o regresso a 2016, permitindo ao vencedor definir sobre a paz que quer, na Ucrânia como no Médio Oriente. Uma paz justa, duradoura, respeitadora do direito internacional e do direito humanitário, e por isso, da dignidade das pessoas? [Ou] uma paz injusta, precária, ignorando o direito e o respeito das pessoas e da sua situação humanitária?", questionou.

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