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Processo de dispensas na Segurança Social está atrasado
O Instituto da Segurança Social queria seleccionar os trabalhadores a dispensar até dia 12 e concluir o processo até esta quinta-feira, mas as datas inicialmente previstas não estão a ser cumpridas.
O Instituto da Segurança Social tinha a intenção de concluir o processo de selecção dos quase 700 funcionários até esta quinta-feira, 18 de Dezembro, mas as datas iniciais não estão a ser cumpridas.
Os 526 assistentes operacionais a dispensar, que deveriam ter sido escolhidos até dia 12, ainda não foram seleccionados e é possível que os mais de 900 funcionários desta carreira passem o Natal sem saber se o são.
"Não quero acreditar que dêem explicações já depois do processo concluído", disse esta quarta-feira ao Negócios José Abraão, da Fesap, salientando que há reuniões marcadas no início de Janeiro e uma audição do ministro Pedro Mota Soares na Assembleia da República. "Além disso, há processos de selecção que ainda estão a decorrer", acrescentou o dirigente do Sintap, depois de uma reunião com os responsáveis do ISS.
O sindicato foi informado que no próximo ano, altura em que serão anulados 20% dos cortes salariais, o ISS quer manter o orçamento, contando com estas dispensas.
A intenção de reduzir quase 700 funcionários surge depois de 68 pessoas de outros serviços terem consolidado este ano a situação de mobilidade no ISS, número que se soma a outros 170 que também estão a trabalhar na Segurança Social em mobilidade interna.
Em respostas às críticas, o ISS informou ainda que nas carreiras que pretende reduzir só há 8 pessoas em contrato emprego-inserção.
ISS diz que há prazos legais a cumprir
Em resposta às questões do Negócios, que perguntou ao ISS se os prazos inicialmente fixados seriam cumpridos, fonte oficial respondeu esta quarta-feira à noite que estão a ser seguidos os prazos previstos na lei.
"O processo de requalificação está a decorrer de acordo com o Código do Processo Administrativo, pelo que os prazos previstos para a conclusão dos processos de avaliação curricular e de competências, bem como de avaliação das alegações dos trabalhadores inseridos nas carreiras a extinguir estão a ser cumpridos", indicou.
"Está a ser assegurado o diálogo com os sindicatos e funcionários. Os serviços da Segurança Social estão a funcionar com normalidade e continuarão a assegurar todas as respostas no âmbito das suas competências e atribuições", acrescentou.
No entanto, numa deliberação de 11 de Outubro, a que o Negócios teve acesso, o ISS estabelecia, na altura, outros "trâmites e prazos para a conclusão do processo". Até dia 12 de Dezembro, todos os trabalhadores deveriam ser informados sobre o resultado do processo de selecção, o que ainda não aconteceu, pelo menos no caso dos assistentes operacionais. A colocação de trabalhadores em situação de requalificação deveria acontecer até esta quinta-feira, 18 de Dezembro.
O objectivo do ISS é dispensar 171 funcionários de carreiras específicas (como educadores de infância que entretanto assumiram outras funções) e 526 assistentes operacionais.
O primeiro grupo de funcionários já foi informado da extinção do seu posto de trabalho, enquanto o segundo grupo foi chamado para entrevistas de avaliação curricular, mas ainda não foi informado da decisão.
Os trabalhadores colocados em "requalificação" (a antiga mobilidade especial) passam a receber 60% do salário no primeiro ano e 40% a partir do segundo, com limites máximos. Quem nunca teve vínculo de nomeação pode mesmo ser despedido após um ano na requalificação.
Conteúdo parcialmente publicado na edição impressa e actualizado esta quinta-feira com as respostas do ISS.