As taxas de juro na Zona Euro deverão manter-se inalteradas na reunião de hoje do Banco Central Europeu (BCE), segundo as estimativas dos economistas consultados pela Bloomberg.

O abrandamento da economia revelado pelos dados macroeconómicos e o aumento dos preços do petróleo farão com que o Conselho do BCE opte por manter as taxas nos 2%– nível mais baixo das últimas seis décadas – afirmam os inquiridos, que só aguardam alterações no preço do dinheiro no primeiro trimestre de 2005.

A contribuir para esta percepção estão as declarações do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, que afirmou não «ignorar as pressões exercidas» pelo aumento do preço dos combustíveis no que toca ao crescimento da economia europeia.

A ideia foi corroborada pelo Ministro das Finanças alemão, Hans Eichel, que afirmou que a política do BCE deveria estar mais centrada no efeito que a subida do petróleo está a ter no crescimento do que no impacto que este mesmo aumento está a ter na inflação.

Em Setembro, a indústria manufactureira da Zona Euro avançou ao nível mais lento dos últimos sete meses, consequência da subida dos preços da energia, e a confiança dos empresários alemães derrapou pelo quarto mês nos últimos cinco.

A juntar a isto, a taxa de inflação caiu para um mínimo de cinco meses nos 2,2% em Setembro, face aos 2,3% de Agosto. São estes dados que levam o BCE a ser «cauteloso» no que diz respeito à subida das taxas de juro.

«O cenário principal continua a ser o de uma recuperação gradual. Ainda é cedo para o alterar», afirmou Jaime Caruana, membro do conselho do BCE, após uma reunião do Fundo Monerário Internacional, em Washington.

Na semana passada, a JP Morgan reviu as suas estimativas de aumento das taxas de juro na Zona Euro. A casa de investimento prevê que a próxima subida seja em Fevereiro, face à anterior previsão de que seria em Dezembro.

A última vez que o Banco Central Europeu subiu as taxas de juro foi em 2000.