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Presidente da UE: Grécia precisa de mais tempo para reduzir dívida

Se lhe for dado o tempo necessário, a Grécia não será forçada a renegociar o valor da sua dívida, diz Herman Van Rompuy, numa crítica implícita ao FMI e à própria União Europeia, a que preside.

26 de Abril de 2011 às 11:54
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“O grande problema é que não se está a dar tempo a estes países. A dívida da Grécia é sustentável se a Grécia tiver tempo para a reduzir”, diz Herman Van Rompuy.

Em entrevista hoje publicada pelo jornal belga “De Standaard”, o presidente do Conselho Europeu – órgão máximo da União Europeia, que integra os líderes dos 27 Estados-membros – sustenta que a reestruturação da dívida grega não é, portanto, inevitável, como sugerem as agências de rating, vários economistas e agora até “fontes próximas” do próprio Governo alemão.

As declarações de Van Rompuy surgem no mesmo dia em que Lars Feld, conselheiro económico do governo de Ângela Merkel, voltou a insistir que a Grécia não vai ultrapassar a actual crise sem algum tipo de reestruturação da sua dívida, que atingiu no ano passado os 142,8% do PIB (a mais elevada de toda a UE), sendo provável que atinja os 170% dentro de três anos.

Em entrevista à Bloomberg TV, Feld defende que a renegociação da dívida (redução do seu valor e/ou prazos de reembolso mais alargados) deve ser iniciada o quanto antes. “É preferível mais cedo do que mais tarde".

Berlim abre caminho

Já na semana passada, Feld havia defendido uma reestruturação da dívida grega, envolvendo os credores privados e a possibilidade de recompra de obrigações através de uma instituição europeia - eventualmente o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) – argumentando que este processo não teria "grandes consequências" nos bancos alemães, dos mais expostos à dívida helénica.


Feld dava seguimento às declarações do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble (na foto), que admitiu a necessidade de algum tipo de reestruturação caso se confirme, em Junho, uma nova derrapagem das contas públicas gregas.

A agência de “rating” Fitch prevê que Atenas seja forçada a reestruturar a dívida em 2012. Mas nas últimas semanas vieram a público várias notícias – todas elas negadas pelas autoridades - de que o governo grego estaria já a preparar uma reestruturação.


O tema é altamente controverso. Ainda neste fim-de-semana, o economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), o alemão Jürgen Stark, alertou que uma eventual reestruturação da dívida grega poderia provocar na Zona Euro uma crise mais greve do que a falência do Lehman Brothers, em 2008.

Também já na semana passada, a ministra francesa das Finanças, Christine Lagarde, advertira que a renegociação do valor da dívida dos países intervencionados (Grécia e Irlanda) ou a caminho de o serem (Portugal) seria “catastrófica”, porque retiraria por ainda mais tempo estes Estados dos mercados financeiros.
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