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Portugal tem de "acelerar rapidamente" redução do défice

Para o ministro das Finanças do mais jovem membro da Zona Euro não há dúvidas: Portugal tem de acelerar significativamente o ritmo de consolidação das suas finanças públicas. Recorrer a ajuda externa não é solução para a crise da dívida que se instalou na periferia do euro.

Portugal tem de "acelerar rapidamente" redução do défice
02 de Fevereiro de 2011 às 14:34
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Para o ministro das Finanças do mais jovem membro da Zona Euro não há dúvidas: Portugal tem de acelerar significativamente o ritmo de consolidação das suas finanças públicas. Recorrer a ajuda externa não é solução para a crise da dívida que se instalou na periferia do euro.



“O ritmo de consolidação orçamental nos países que estão sobre pressão dos mercados é demasiado lento, qualquer que seja o parâmetro de medida”, advertiu hoje, em Tallin, Jürgen Ligi.

Em sua opinião, apenas será possível reconquistar a confiança dos mercados e esperar uma redução das taxas de juro se países como Portugal e Espanha fizerem melhor o seu trabalho de casa. E para um ministro que consolidou 5% e depois 9% do PIB em 2008 e 2009, respectivamente, para conseguir por o défice abaixo do limite de 3% e assim entrar o euro, o que Lisboa e Madrid fizeram e prometem fazer é “insuficiente”.

“Os esforços de consolidação orçamental são excessivamente moderados”, insistiu o ministro das Finanças estónio, acrescentando esperar que sejam, em ambos os casos, “reforçados no curto prazo”.

Ligi, que falava em capital estónia a um grupo de jornalistas portugueses, lembrou o caso do seu país que cortou os salários da função pública em 20%, subiu o IVA de 18% para 20%, aumentou a idade da reforma e reduziu o período de benefício do subsídio de desemprego para seis meses (excepcionalmente extensível a um ano).

A Estónia é hoje, juntamente com o Luxemburgo e a Suécia, o único país entre os 27 da União Europeia que tem um défice orçamental inferior a 3% do PIB, sendo o que tem a dívida pública mais baixa, na casa dos 9%. Em contrapartida, o desemprego passou em pouco mais de dois anos de 5% para 13%, após 2008 ter ficado marcado por uma contracção brutal da economia (o PIB encolheu 18%) e a dívida privada excede os 100% do PIB.

Para Jürgen Ligi, falar em ajuda externa ou em reforço do Fundo Europeu de Estabilização Financeira para apoiar os países ibéricos a financiarem-se é um debate prematuro. “O que é preciso é consolidar, é ter despesas inferiores às receitas. Ajuda externa não paga dívidas”, frisou, acrescentando que recorrer à ajuda do exterior deve ser "sempre uma segunda opção".

O ministro das Finanças falava em Tallin, um mês depois de a Estónia se ter convertido no 17º país da Zona Euro.

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