Portugal só assumirá uma posição sobre a proposta britânica de orçamento da União Europeia para 2007-2013 depois de ser informado oficialmente dos números sugeridos pelo Reino Unido. Ainda assim, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Fernando Neves,  considera paradoxal qualquer redução dos fundos para o desenvolvimento rural.

Recorde-se que a imprensa europeia já anunciou que a presidência britânica se prepara para apresentar uma proposta de orçamento de 1,03% do Rendimento Nacional Bruto da UE, o que equivale a uma redução de 25 milhões de euros. Recorde-se que em Junho esteve em cima da mesa, sob a presidência luxemburguesa, um orçamento cujo limite estava fixado nos 1,06% do RNB.

A confirmarem-se os números avançados pela imprensa, prevê-se para a Cimeira de 15 e 16 de Dezembro mais um intenso jogo negocial que poderá acabar como o conclave de Junho, sem acordo dobre as perspectivas financeiras para 2007-2013

Fernando Neves, que falava à imprensa após um encontro com o seu homólogo da Finlândia, citado pela Agência Lusa, fez questão de assumir:  «Consideramos que qualquer acordo não pode afastar-se muito da proposta do Luxemburgo, que o desbloqueamento do impasse deve ser feito na vertente das receitas e que são inaceitáveis cortes nas verbas da coesão». Ora, uma posição que deixa antever que Portugal não aceitará os cortes supostamente defendidos por Tony Blair.

O secretário de Estado dos Assuntos Europeus já conhecerá oficialmente a proposta britânica na próxima terça-feira, quando se reunir em Bruxelas com os restantes membros do «Grupo dos Amigos da Coesão».