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Portugal espera "grande retorno" da primeira gala do Guia Michelin em Lisboa
Portugal vai acolher, pela primeira vez, a gala de apresentação do Guia Michelin, após um investimento público superior a 400 mil euros, de que o Governo português espera "um grande retorno para a economia da cidade e do país".
A gala de apresentação da edição de 2019 do guia Michelin Espanha e Portugal decorre a 21 de Novembro, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, anunciaram hoje as autoridades portuguesas e a Michelin, numa cerimónia nos Paços do Concelho.
O evento é organizado pela primeira vez em Portugal, "num ano muito especial, em que se celebra o 10.º aniversário da gala", indicou a directora comercial do Guia Michelin Espanha e Portugal, Mayte Carreño.
O evento anual tem decorrido, até agora, sempre em território espanhol, com várias cidades a disputarem a possibilidade de acolherem o evento.
Questionado pela Lusa, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou que "os apoios públicos ultrapassam um pouco os 400 mil euros, da Entidade Regional de Promoção do Turismo de Lisboa e do Turismo de Portugal, mas o investimento será muito maior, mas que também se paga a si próprio com as receitas que esta gala gera".
"É um investimento que vem para Lisboa, é um investimento de muitas pessoas que vão estar aqui e que vão gerar um grande retorno para a economia da cidade e do país", sublinhou o governante, que acrescentou: "Foram os apoios possíveis, mas são apoios limitados".
A gala tem normalmente cerca de 500 convidados e merece uma ampla divulgação mediática, com a presença de cerca de 120 meios de comunicação espanhóis e portugueses a assegurar a cobertura do evento.
Uma oportunidade que o Turismo de Portugal quer aproveitar para apresentar a capital à imprensa espanhola, proporcionando visitas a jornalistas do país vizinho, antes e depois da gala.
Portugal, recordou o ministro, "teve nos últimos dois anos um crescimento das estrelas Michelin, mas tem um crescimento ainda maior do reconhecimento" de quem visita o país, com a gastronomia como parte da experiência.
"Esta geração de chefs trouxe uma nova dinâmica à restauração portuguesa; soube reinventar a cozinha portuguesa, não a descaracterizando, mas pelo contrário, puxando pelas suas características únicas e dando-lhes um tom de modernidade, que faz com que esta cozinha, não perdendo as receitas tradicionais, possa ser uma cozinha actual e uma cozinha que se reinventa a cada dia. Tem ajudado muito também a promover Portugal", sublinhou.
O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, comentou que acolher a gala para Lisboa era "um namoro" já com algum tempo. O autarca destacou "a profunda alteração qualitativa da oferta turística que acontece em Portugal e em Lisboa" na última década.
"Hoje, o saldo é incrível. A experiência oferecida na hotelaria está muito acima do que era. A animação turística é muito melhor, muito mais diversificada, abrangente e rica. A oferta propiciada pelos equipamentos culturais é muito mais diferente e focada nas necessidades de quem nos visita. E, ao nível da gastronomia, é um mundo de diferenças", destacou Medina.
No mesmo sentido, o presidente adjunto da Associação de Turismo de Lisboa, José Luís Arnaut, disse que "a par da qualificação da oferta cultural, da restauração e hotelaria, dos transportes e da participação activa na criação ou gestão de projectos e equipamentos de interesse turístico que enriquecem o destino Lisboa, a gastronomia é sem dúvida uma das grandes mais-valias" da cidade".
Mayte Carreño assinalou que 2017 e 2018 foram "anos históricos" para a restauração e para a gastronomia portuguesa, e "precisamente por isso a gala tinha de peregrinar este ano até Lisboa". "Lisboa é verdadeiramente um sítio muito especial. Mais de quatro milhões e meio de viajantes estrangeiros visitam todos os anos e uma percentagem cada vez maior devido à gastronomia", disse.
Portugal tem, na edição deste ano do 'guia vermelho', cinco restaurantes com duas estrelas e 18 restaurantes com uma estrela.