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Portugal desce três lugares entre os países onde o talento é mais competitivo

Portugal está mais longe de ser mundialmente competitivo a nível de desenvolvimento, atração e retenção de talento. A falta de investimento das empresas no desenvolvimento dos seus colaboradores é um dos indicadores responsáveis pela descida. 

Portugal emitiu certificados ao retalho que tinham indexado parte dos juros ao crescimento do PIB.
Pedro Nunes/Reuters
12 de Novembro de 2020 às 09:00
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Portugal volta a perder posições pelo segundo ano consecutivo, no Ranking de Talento Mundial do IMD World Competitiveness Center, tendo descido do 23.º para o 26.º lugar, entre 63 economias analisadas.

 

Segundo os resultados deste ranking, este foi o pior resultado alcançado pelo país desde 2016, ano em que ocupava a 25.ª posição.

 

Desde 2018 – ano em que alcançou o melhor resultado, com o 17.º lugar – Portugal tem vindo assim a perder posições no que respeita ao seu talento. Apesar de a descida mais acentuada ter ocorrido de 2018 para 2019, quando recuou para o 23.º lugar, este ano o país voltou a mostrar estar a perder competitividade.

 

A descida mais significativa ocorreu no indicador "Investimento e Desenvolvimento", onde Portugal recuou nove posições, passando do 13.º para o 22.º lugar.

 

Segundo este indicador, a principal fraqueza do país concentra-se na formação de colaboradores, uma tendência que as empresas nacionais não estão a conseguir acompanhar, uma vez que este investimento continua a não ser suficiente.

 

Já como principal destaque surge a forte percentagem que o país apresenta ao nível da força de trabalho do sexo feminino (49,3%), relativamente à sua força laboral total.

 

Apesar de também ter descido no indicador de "Atratividade" – do 32.º para o 33.º lugar – muito devido à baixa classificação nos critérios de "justiça", "motivação dos colaboradores" e "saída de pessoas com boa formação e qualificação" (brain drain), Portugal subiu três posições no indicador de "Preparação".

 

Esta subida, que o coloca na 24.ª posição, foi motivada pela boa pontuação do país em "Management Education" e "Competências Linguísticas", o que demonstra que a população ativa portuguesa tem cada vez mais as competências necessárias para corresponder adequadamente às necessidades e exigências atuais das empresas.

 

Para Ramon O’Callaghan, "dean" da Porto Business School – que foi, pelo quinto ano consecutivo, parceira exclusiva do IMD para Portugal na elaboração deste ranking – "de acordo com os resultados deste último ranking, é possível comprovar que há, de facto, uma lacuna entre a aposta na educação e qualificação das nossas pessoas e o investimento das empresas para reforçar a formação e promover o desenvolvimento dos seus quadros".

 

"Se, por um lado, temos uma população ativa mais competente e preparada, por outro, temos empresas que não lhes estão a proporcionar as ferramentas necessárias para prosperar. Principalmente num período de transformação digital, que obriga a reeducar-nos a cada momento para lidar com a mudança. E tudo isso tem um claro efeito na atração e retenção de talento no nosso país, pois se não criarmos mais oportunidades ao longo das várias etapas da vida profissional, nunca poderemos ser competitivos globalmente, nem preservar o nosso talento", sublinhou.

 

O ranking dos países mais competitivos em talento mundial continua, pelo quarto ano consecutivo, a ser liderado pela Suíça (1.º), seguindo-se a Dinamarca (2.º) e o Luxemburgo (3.º) – que substitui a Suécia no último lugar do pódio.

 

Oito das economias que lideram o Top 10 do ranking são europeias, resultado da "excelente educação" e "boa mobilidade" que o continente apresenta.

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