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Ponte com 128 anos vai ser reabilitada e tornar-se pedonal

Esta quinta-feira, 4 de março, 20 anos passados sobre a tragédia da ponte Hintze Ribeiro, que ceifou 59 vidas, é assinado o contrato de financiamento comunitário das obras de reabilitação da ponte centenária de Pedorido, em Castelo de Paiva.

03 de Março de 2021 às 10:13
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Na noite de 4 de março de 2001, a ponte Hintze Ribeiro ruía, atirando para o rio Douro um autocarro com 53 passageiros e três automóveis, onde viajavam seis pessoas. Todos morreram.

 

Esta quinta-feira, dia em que cumpre 20 anos sobre a tragédia de Entre-os-Rios, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, assina o contrato de financiamento comunitário das obras de reabilitação da ponte centenária de Pedorido, em Castelo de Paiva, com o presidente da Câmara local, Gonçalo Rocha.

 

O financiamento comunitário é assegurado pelo NORTE 2020 (Programa Operacional Regional do Norte), gerido pela CCDR-N, com um apoio de 444 mil euros a um investimento municipal de cerca de meio milhão de euros.

 

"A obra permitirá recuperar integralmente aquele património local, de grande significado histórico e afetivo, e devolvê-lo à comunidade sob a forma de uma ponte para travessia exclusivamente pedonal", afirma a CCDR-N, em comunicado.

 

Para o presidente da CCDR-N, "este ato reveste-se de especial simbolismo, quando se cumprem 20 anos sobre a tragédia da queda da ponte Hintze Ribeiro. É um ato de justiça para com um património histórico local de memória relevante, mas é também uma homenagem solidária à comunidade de Castelo de Paiva", sublinha.

 

A CCDR-N explica que o estudo de viabilidade do projeto de reabilitação desta travessia "passou por rigorosas etapas, incluindo a observação subaquática das fundações dos pilares, a inspeção do tabuleiro, pilares e encontros e a realização de uma campanha de ensaios do material extraído da ponte, designadamente da alvenaria de pedra e de chapas metálicas".

Com 128 anos, a ponte encontra-se encerrada devido ao mau estado de conservação e aos riscos de queda.

Recorde-se que o acidente de há duas décadas levou o Governo a lançar um programa de obras de emergência em Castelo de Paiva, no valor de 80 milhões de euros, incluindo a construção de duas novas pontes.

"A culpa não pode morrer solteira", proclamou o então ministro do Equipamento, Jorge Coelho, que se demitiu na sequência da queda da ponte.

Mas, em termos judiciais, a culpa acabou mesmo por morrer solteira, pois que, em outubro de 2006, o Tribunal de Castelo de Paiva determinou a absolvição de quatro engenheiros da ex-Junta Autónoma de Estradas (JAE) e de outros dois de uma empresa projetista, que o Ministério Público responsabilizava pela queda da ponte.

Inquéritos promovidos pelo Governo e pelo Parlamento atribuíram o colapso da ponte a uma "conjugação de fatores", incluindo a extração de inertes a montante de Entre-os-Rios.

O Estado atribuiu 50 mil euros a cada família enlutada e um adicional entre os 10 mil e os 20 mil euros para cada herdeiro, em função do seu grau de parentesco.

 

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