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Polémica das despesas atira popularidade de Cavaco para mínimo histórico

Avaliação do Presidente da República está 55% abaixo da média verificada desde que foi eleito em 2006

10 de Fevereiro de 2012 às 09:00
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Sem dinheiro para as despesas e agora também sem a confiança do eleitorado. Os portugueses parecem não perdoar ao Presidente da República as recentes declarações sobre o impacto da austeridade na gestão financeira pessoal e dão ao chefe de Estado a pior nota de popularidade desde que chegou a Belém, há quase seis anos.

De acordo com o barómetro da Aximage para o Negócios e o "CM", Cavaco Silva é chumbado pelos inquiridos sobre a sua actuação no último mês - o mesmo em que se queixou publicamente dos cortes nas suas pensões de reforma -, registando um índice de popularidade de 6,4 numa escala de zero a 20. Olhando o histórico desde que foi eleito pela primeira vez, em 2006, o Presidente bate assim em Fevereiro o recorde de apreciações negativas. A avaliação de Cavaco está agora 55% abaixo da média registada desde que foi eleito Presidente.

O anterior registo mínimo (9,6), que já tinha sido igualado em Dezembro, remete para Outubro de 2009. Nessa data, cumpria ainda o primeiro mandato, a popularidade de Cavaco parecia reflectir ainda o rescaldo do escândalo que rebentara no Verão. Em plena pré-campanha para as legislativas, que reelegeram Sócrates, uma fonte anónima de Belém denunciou a desconfiança de que Belém estaria a ser alvo de escutas por parte do Executivo.

Uma análise ao histórico mostra que o eleitorado tende a reagir às maiores polémicas da actuação presidencial. Aconteceu assim aquando do conflito institucional sobre o Estatuto dos Açores, quando Dias Loureiro se demitiu de conselheiro de Estado na sequência do caso BPN ou, mais recentemente, com a demissão de José Sócrates.

PS continua a recuperar

Na frente partidária, Passos parece resistir melhor aos efeitos da austeridade. O PSD recuou quatro décimas, mas mantém a liderança (37,5%) nas intenções de voto. Desde Julho de 2011 - a posse do Governo coincidiu com o melhor resultado, 42% - que os social-democratas perdem terreno para o PS, que faz o percurso inverso. Eleito em meados do ano passado quando o eleitorado só dava 24% aos socialistas, António José Seguro consegue subir, em Fevereiro, mais três décimas a performance "rosa", para 30,3%.

Entre os partidos mais pequenos, o CDS recupera o terceiro lugar (8,9%), fruto de uma quebra menos acentuada do que os quase dois pontos que caíram os comunistas (8,8%). O Bloco segue na última posição, com 2,8%.


FICHA TÉCNICA

Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.

Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 600 entrevistas efectivas: 277 a homens e 323 a mulheres; 155 no interior, 246 no litoral norte e 199 no litoral centro sul; 170 em aldeias, 220 em vilas e 210 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.

Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo decorrido nos dias 1 a 4 de Fevereiro de 2012, com uma taxa de resposta de 73,8%.

Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 600 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma “margem de erro” - a 95% - de 4,00%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.



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