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Poiares Maduro: Caminho da recuperação "mais avançado do que se esperava"
O caminho para a recuperação da economia portuguesa está "mais avançado" do que se esperaria, com sinais optimistas, apesar dos desafios que permanecem pela frente, disse esta quarta-feira o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional.
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"Estamos optimistas apesar dos desafios que permanecem pela frente. Percorremos um caminho importante, que está mais avançado do que pensávamos que estaríamos neste momento", afirmou em Madrid Miguel Poiares Maduro.
O governante falava num pequeno-almoço informativo da Câmara Hispano-Portuguesa, no qual participaram cerca de 30 empresários espanhóis e portugueses e a quem recordou alguns dos principais dados macroeconómicos.
Dados como a correcção do défice e do défice primário, excedente da balança corrente pela primeira vez em 40 anos e um saldo excedentário da balança de bens e serviços demonstram, considerou, "que a recuperação económica está relacionada com mudanças estruturais da economia".
"Criámos a base para um novo modelo de crescimento económico em Portugal, baseado nas exportações. Trata-se de muito mais do que de um momento de viragem conjuntural", considerou.
Poiares Maduro disse que os dados permitem a Portugal iniciar um "segundo ciclo", que incluirá "um segundo ciclo de reformas estruturais", apostando em questões como a modernização administrativa, a simplificação regulatória e a reforma do Estado.
"Está a mudar a percepção externa de Portugal que é de novo um país credível na Europa e que, pela trajectória que teve nestes últimos anos, está numa posição de poder mediar entre várias posições", considerou, referindo-se à opção na UE sobre disciplina orçamental ou a promoção do crescimento económico e poder.
Em particular, referiu, é preciso corrigir desigualdades "inaceitáveis" nos custos de financiamento entre as empresas ibéricas e as de outras regiões europeias.
Referindo-se ao fim do programa de resgate em maio em Portugal, Poiares Maduro disse que esse momento "não significa o fim da disciplina orçamental, mas um novo ciclo em que a prioridade das prioridades tem que ser o regresso do investimento".
Para este processo, disse, contribuirá o próximo ciclo de fundos europeus (2014-2020) e a "a prioridade das prioridades" será a internacionalização da economia e a sua transformação para a "basear no sector de bens e serviços transaccionáveis e exportáveis".
"As empresas serão o principal destinatário. Vão poder, mais que no passado, utilizar esses fundos para aumentar a sua competitividade, mudar a sua estrutura, melhorar os seus recursos humanos, investir na inovação e na investigação", disse.
O Governo pretende ainda, explicou, reforçar a promoção do capital humano, a inclusão social e emprego, e o uso eficiente de recursos, procurando uma economia "mais competitiva e coesa".
Apoiar a ciência e a transferência de conhecimento da ciência para as empresas, redução dos custos de contexto das empresas e o reforço do capital humano serão outras das apostas, disse.
"As infra-estruturas não vão ser prioridade. Portugal já está acima do nível médio da UE. Mas as que vamos apoiar são as instrumentais à nossa competitividade, que reduzam custos de transporte, por exemplo", disse.
Na sua intervenção, Poiares Maduro destacou as amplas trocas comerciais entre Portugal e Espanha, recordando que a relação bilateral é hoje marcada pela grande integração, "com o ganho de um a ser o ganho do outro".
Em 2013, relembrou, as exportações portuguesas para Espanha cresceram - o que permitiu alguma correcção no desequilíbrio comercial entre os dois países (favorável a Espanha) - num contexto de grande dinamismo do mercado exportador português.