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Pires de Lima diz que se governa melhor sem a troika

O governante fez, em entrevista ao "El País", um balanço positivo da saída da troika. "Governa-se em melhores condições quando se pode financiar nos mercados, quando a economia cresce e o desemprego baixa", afirmou.

Bruno Simão/Negócios
26 de Janeiro de 2015 às 08:58
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O ministro da Economia, António Pires de Lima, não tem dúvidas quanto ao impacto da saída da troika de Portugal. "Governa-se melhor sem a troika", afirmou o ministro, em entrevista publicada esta segunda-feira pelo jornal espanhol "El País".

 

"Sim, governa-se em melhores condições quando se pode financiar nos mercados, quando a economia cresce e o desemprego baixa. Conseguimos devolver à nação a reputação financeira", comentou Pires de Lima na mesma entrevista.

 

O governante discorda de algumas leituras segundo as quais o Estado português continua a não conseguir reduzir a despesa pública. "A despesa pública baixou 6 mil milhões de euros, num total de 80 mil milhões, o que é muito. Não se reduziu mais porque houve que respeitar a interpretação que o Tribunal Constitucional fez de algumas medidas (corte nas pensões e nos salários dos funcionários públicos). Em qualquer caso, passámos de um défice público de quase 11% em 2010 para menos de 3% em 2015", comentou Pires de Lima.

 

Na mesma entrevista o ministro da Economia nota que a flexibilidade de gestão da despesa pública não é tão grande como desejaria. "Creio que se ganharia se a Constituição fosse ajustada à nova realidade do Euro, especialmente nas exigências sobre disciplina financeira", sugeriu o mesmo responsável.

 

"Fim da assistência financeira significa uma reposição gradual dos salários"

 

António Pires de Lima sublinha ainda que agora, com a saída da troika, há esperanças para os portugueses quanto à recuperação do seu rendimento, nomeadamente com a anulação de alguns cortes feitos nos últimos anos.

 

"Agora [o povo português] tem governantes sérios, que fazem da política uma actividade de autenticidade. E vamos começar a devolver alguns dos cortes que fizemos. O fim da assistência financeira significa uma reposição gradual dos salários", referiu o ministro da Economia.

 

Pires de Lima conclui a entrevista ao "El País" mostrando-se grato pela experiência de governação que teve. "No sector privado vêem-se, de facto, mudanças no curto prazo, há compensações materiais e privacidade. Mas num trabalho público há um sentido de realização, especialmente quando se está num momento determinante para o nosso país. Agradecerei toda a minha vida por ter estado no Governo português no momento mais exigente. Gosto dos desafios difíceis", afirmou.

 

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