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Peritos inquiridos pelo BCE reduzem previsões de crescimento e inflação

Economistas e analistas consideram que os principais riscos para a Zona Euro são a fraca performance da economia, a baixa confiança dos empresários, mercados de exportações a abrandarem a procura e tensões geopolíticas.

13 de Novembro de 2014 às 11:33
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Menos crescimento e inflação a manter-se muito abaixo de 2%. Seis dezenas de peritos foram inquiridos pelo Banco Central Europeu (BCE) e reviram em baixa a sua previsão económica e de inflação para 2014-2017, face à previsão anterior de Agosto.

 

Este inquérito foi realizado a 61 economistas e analistas de instituições financeiras e não financeiras e foi divulgado pela autoridade monetária esta quinta-feira, 13 de Novembro.

 

A maioria estima agora que a economia da Zona Euro venha a crescer 0,8% este ano (menos 0,2% face ao anterior) e 1,2% em 2014. Do total de inquiridos, 90% reviram em baixa as suas previsões. Já para 2016 prevêem 1,5% (-0,2%).

 

A revisão em baixa para este ano deve-se principalmente a três factores: a fraca performance da economia do euro no segundo trimestre, a baixa confiança dos empresários em alguns dos estados-membros e uma perspectiva pessimista para mercados essenciais para exportações.

 

Os peritos identificam, todavia, vários factores negativos para o desempenho da economia do euro. As tensões geopolíticas na Ucrânia e Rússia, e no Médio Oriente, são consideradas os principais riscos. A queda da procura na China e nos Estados, também é apontada, assim como a falta de progressão nas reformas em alguns membros da Zona Euro.

 

Também os valores para a inflação na Zona Euro foram revistos em baixa. Para este ano, o índice de preços ao consumidor deverá ficar nos 0,5% e em 1% em 2015 (ambas as estimativas com uma redução de 0,2%). Já para 2016, a taxa deverá ser de 1,4% (-0,1%).

 

Assim, apesar das medidas de estímulo aprovadas pelo Conselho do BCE e das taxas em mínimos históricos, os peritos consideram que as mesmas não são suficientes para colocar a taxa de inflação perto, mas abaixo, dos 2%, em linha com o mandato do BCE, pelo menos nos próximos dois anos.

 

Os peritos alertam, contudo, que a taxa de inflação poderá ficar abaixo das suas expectativas se a actividade económica na região do euro enfraquecer e se os preços do petróleo continuarem em queda livre.

 

Apesar das revisões em baixa do crescimento e inflação, os peritos mantiveram a taxa de desemprego em linha com a previsão anterior: 11,6% para 2014, 11,3% para 2015 e 10,9% para 2016.

 

O desemprego pode vir a crescer caso o baixo crescimento e a baixa inflação se mantenham na Zona Euro, apontam os peritos, considerando que isto poderá impedir as empresas de investir e contratar mais pessoal. Para os inquiridos, o elevado desemprego corre o risco de se vir a tornar estrutural, se não forem implementadas reformas estruturais e uma maior mobilidade laboral entre sectores e países.

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