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Confiança de empresários e consumidores em contra-mão em Novembro

O indicador de confiança dos consumidores continua a subir para máximos históricos, mas a confiança dos empresários recuou pela primeira vez desde o início de 2013 após três meses estagnada, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística.

Bruno Simão/Negócios
27 de Novembro de 2014 às 10:35
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O indicador de confiança dos consumidores portugueses continua a subir, batendo novos máximos, uma evolução em contra-mão com o indicador do sentimento dos empresários, o qual registou em Novembro a primeira queda desde Janeiro de 2013, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE) no inquérito de conjuntura a empresas e consumidores, publicado quinta-feira, 27 de Novembro.

 

"O indicador de confiança dos consumidores aumentou em Novembro, atingindo o valor mais elevado desde Maio de 2002 e prolongando a acentuada tendência ascendente observada desde o início de 2013", escreve o INE na nota de divulgação, na qual acrescenta que a recuperação se deveu "ao contributo positivo de todas as componentes" (situação financeira do agregado, situação económica do País, desemprego e capacidade de poupança nos próximos 12 meses), mas "sobretudo às expectativas sobre a evolução da situação económica do país".

 

A avaliação do instituto baseia-se numa média das respostas dos últimos três meses para evitar uma excessiva oscilação dos resultados mensais do inquérito que conduz. Mas considerando apenas Novembro os dados também são positivos: "Sem a utilização de médias móveis de três meses, o indicador de confiança também recuperou, devido sobretudo ao contributo positivo das perspectivas relativas à evolução do desemprego e, em menor grau, da poupança", lê-se na mesma nota.

 

Os empresários portugueses não acompanham, contudo, o optimismo dos consumidores. Considerando os dados apenas de Novembro o INE dá conta de uma degradação da confiança em três dos quatro sectores analisados: serviços, comércio e obras públicas registaram evoluções negativas. O indicador da indústria transformadora, que tinha recuado em Outubro, foi a excepção e melhorou em Novembro.

 

Este movimento mensal foi decisivo para que o indicador que mede o pulso ao sentimento empresarial – considerando a média das respostas dos últimos três meses em todos os sectores – tenha registado em Novembro a primeira queda desde Janeiro de 2013, após três meses estagnado. Nessa medida apenas a confiança do sector dos serviços recuou, mas dada a sua relevância foi o suficiente para que o indicador de clima económico tenha diminuído "ligeiramente no mês de referência, após ter estabilizado no valor máximo desde Julho de 2008", escreve o INE.

 

O instituto de estatística, que tal como no caso dos consumnidores concentra a análises nas médias móveis a três meses, explica que "o indicador de confiança da indústria transformadora aumentou de forma ténue em Novembro, fixando o máximo desde Agosto de 2008" o que resultou "do contributo positivo das perspectivas de produção, uma vez que as apreciações sobre a procura global e a evolução dos stocks de produtos acabados contribuíram negativamente".

 

A confiança nas obras públicas também aumentou "resultado da recuperação das opiniões sobre a carteira de encomendas e das perspectivas de emprego, mais expressiva no segundo caso", assim como a confiança no comércio, que beneficiou de evoluções positivas nas "perspectivas de actividade e das apreciações sobre o volume de vendas (…) tendo as opiniões sobre o volume de stocks contribuído negativamente".

 

Pela negativa surgem os dados do sector dos serviços, devido ao "agravamento das apreciações sobre a actividade da empresa e, em menor grau, das perspectivas de evolução da procura, uma vez que as opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas recuperaram", lê-se na nota do INE.

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