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Confiança das famílias portuguesas regressa a máximos de oito anos
Depois ter descido em Agosto, o indicador que mede a confiança dos consumidores portugueses aumentou ligeiramente este mês e regressou a valores máximos de oito anos. A confiança dos empresários também está em máximos, mas travou a tendência crescente.
As famílias portuguesas voltaram a ficar mais confiantes em Setembro, recuperando da queda sentida em Agosto, levando o indicador a fixar um novo máximo desde Outubro de 2006, anunciou o Instituto Nacional de Estatística.
O indicador de confiança dos consumidores recuperou para -24,6 pontos em Setembro, depois de em Agosto ter descido para -25,5 pontos, face aos -25,3 pontos registados em Julho. O INE adianta que esta subida "deveu-se ao contributo positivo das expectativas sobre a evolução da situação económica do país e das perspectivas de evolução da poupança e da situação financeira do agregado familiar, mais significativo no primeiro caso, enquanto as perspectivas relativas à evolução do desemprego contribuíram negativamente".
A interrupção na melhoria do índice de confiança dos consumidores em Agosto aconteceu num mês marcado pelo colapso do BES, em evento que terá contribuído para enfraquecer a recuperação da economia portuguesa. Vários indicadores económicos apontam para que a recuperação da economia portuguesa tenha perdido força nos últimos meses.
Esta melhoria em Setembro sugere que o resgate do BES não foi suficiente para penalizar a confiança dos consumidores, que continuam mais optimistas em relação à evolução da economia.
Já nos empresários o efeito terá continuado a fazer-se sentir em Setembro, ainda assim de forma ténue. Uma situação para a qual terá contribuído a crise no BES, já que o banco tem uma elevada carteira de crédito a empresas.
O indicador de clima económico, que mede a confiança dos empresários, estabilizou em Setembro em 0,7 pontos. Apesar de ser o valor mais elevado desde Julho de 2008, foi interrompido o movimento ascendente iniciado em Janeiro de 2013.
Os dados do INE mostram que o indicador de confiança da indústria transformadora aumentou nos últimos três meses, fixando um máximo desde Setembro de 2008, sendo que nos três restantes segmentos assistiu-se a uma queda na confiança.
O indicador de confiança da construção e obras públicas diminuiu ligeiramente em Setembro e o indicador de confiança do Comércio agravou-se nos últimos quatro meses. Nos serviços o indicador de confiança "diminuiu de forma ténue, interrompendo o acentuado perfil ascendente observado desde o final de 2012".
(Notícia actualizada às 10h19 com mais informação)