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Paulo Portas: "Todos sabemos que não há ajudas grátis"

Líder do CDS-PP disse que o seu partido dá "apoio incondicional" ao pedido de ajuda ontem feito por Portugal. Mas essa ajuda é para o curto prazo. Cabe aos portugueses, nas eleições, decidir qual será o futuro no médio e longo prazo, sublinhou.

07 de Abril de 2011 às 19:50
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“Em meu entender, o que ontem chegou ao fim foi o modelo económico e social em que nos endividámos mais do que podemos, gastamos mais do que podemos, produzimos menos do que devemos”, disse Paulo Portas no seu discurso sobre o pedido de ajuda ontem feito por Portugal.

Entre críticas e promessas do que o CDS fará para recuperar o país, Paulo Portas frisou o “apoio incondicional” do seu partido ao pedido de ajuda feito ontem pelo governo português junto da UE.

“Portugal vai recuperar, sempre recuperou, mas o Estado não vai voltar a ser o mesmo”, salientou ainda antes de se pronunciar sobre a ajuda externa ao País.

No que diz respeito, ao “resgate”, “creio que o pedido se tornou inevitável perante a consciência de dois dois factos graves: o Estado tinha compromissos a cumprir, mas não tinha meios para os satisfazer, e o sistema bancário deparou-se com sérios problemas de financiamento”, afirmou.

O líder do CDS-PP disse também que nunca deixou que o seu partido fosse envolvido na querela política e relembrou ter dito que tudo faria para evitar rupturas de pagamentos e financiamentos de Portugal cá dentro e lá fora.

Segundo Portas, o CDS-PP “continuará a fazer o que puder para garantir que Portugal é um Estado que honra os seus compromissos”.

Quanto à ajuda externa propriamente dita, relembrou: “todos sabemos que não há ajudas grátis”.

Por outro lado, “na medida em que o governo ainda não esclareceu a natureza e os limites desta ajuda”, Portas esclareceu, referindo-se às eleições que terão lugar dentro de menos de dois meses, que o CDS-PP pode concordar com este pedido de ajuda agora anunciado, mas que serão os portugueses que vão decidir com o seu voto quais os meios para reduzir o défice e contrariar a dívida.

Em suma, Paulo Portas referiu que o governo está legitimado para tomar as iniciativas que julgar necessárias no curto prazo, mas que, “como é óbvio, o pedido do governo deve resguardar a decisão dos portugueses para o médio e longo prazo”.

“É a propria natureza da UE que confirma este entendimento, pois junta Estados que são constitucionais e democráticos. Estados que também sabem qual é a importância de uma eleição soberana”, afirmou.

“Como pagamos o que devemos? Como saneamos as finanças? Como promovemos o crescimento económico? Como evitamos o mais possível a exclusão social no nosso País? O governo que sair das eleições terá legitimidade para definir a política económica e social”, sublinhou o líder do CDS-PP.

Portas referiu ainda que “tivemos, temos e teremos as nossas soluções e vamos pedir apoio para as levar a cabo. O CDS não pactua com obras e projectos que agravem o endividamento. É exigente na questão social quando estamos a falar dos mais pobres. E defende a efectiva reforma do Estado, das empresas públicas e institutos públicos. É a despesa que tem de ir atrás da receita e não a receita que tem de ir atrás da despesa. Ou se dá o exemplo ou ninguém acredita”.

Daí, frisou, “o apoio incondicional [do CDS-PP] ao pedido de ajuda externa”.

Paulo Portas quis também “registar a forma como o Presidente da República tem exercido a sua magistratura activa”.

Ainda no que respeita ao pedido de ajuda, sublinhou que “o que aconteceu ontem é uma lição. Tudo o que cada um de nós tem de fazer neste momento é fazer o que estiver ao seu alcance para que este pedido de ajuda externa não se repita”.

“Se soubermos fazer as escolhas certas, se deixarmos querelas menos importantes e tivermos incentivo construtivo e de País, tenho a certeza que nós, portugueses, sairemos juntos, como nação, destes dias difíceis. É preciso recuperar a nossa liberdade como nação e a nossa autonomia como Estado”, concluiu.

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