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Passos acusa Costa de "sectarismo e mesquinhez" sem paralelo na história democrática

O presidente do PSD acusou no sábado o primeiro-ministro de "sectarismo e mesquinhez" sem paralelo na história democrática portuguesa ao dizer "nada" sobre o papel do anterior Governo na subida do ‘rating'.

Pedro Passos Coelho é o 3.º Mais Poderoso 2015
Disse “não” a Ricardo Salgado e desencadeou uma ruptura histórica nos poderes do regime. O GES faliu, o BES ficou como “banco mau” e a PT voltou a ser uma pequena empresa de telecomunicações portuguesa agora nas mãos de franceses. Viu um ex-primeiro-ministro ser preso. E as sondagens apontam para o que nem Passo poderia esperar há um ano – a possibilidade de voltar a sair vencedor nas legislativas. A crise grega revelou contudo que o poder de Passos está sistematicamente ameaçado pelas tempestades do euro.
17 de Setembro de 2017 às 11:55
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"Quero dizer ao dr. António Costa o seguinte: é uma atitude de um primeiro-ministro que revela um sectarismo e uma mesquinhez como não encontro paralelo na história democrática do país", acusou Pedro Passos Coelho, num jantar no sábado em Viseu de apoio ao candidato autárquico do partido, o actual presidente da Câmara, António Almeida Henriques.

 

Pedro Passos Coelho acusou ainda PCP e BE de se "fazerem de cegos" e de apoiarem uma política que anteriormente criticaram. "O líder do PCP insistiu na ideia de que o país não se governa com ‘ratings’, como quem diz ‘quero lá saber do rating'", ironizou o líder do PSD.

 

Sobre a reacção de Catarina Martins à subida do ‘rating' da dívida portuguesa, Passos Coelho classificou-a como "uma pérola" por a coordenadora do BE afirmar que a decisão da agência Standard & Poor's se deveu ao facto de o Governo ter feito "tudo ao contrário" do que esta recomendava. "Não se está mesmo a ver? Realmente, como se costuma dizer, não há maior cego do que aquele que não quer ver", disse.

 

Para o líder do PSD, "mesmo que os partidos da ‘geringonça' tenham dificuldade em reconhecê-lo", foi o compromisso do actual Governo em prosseguir os objectivos do anterior que permitiu a Portugal sair do nível ‘lixo'. "E que disse o primeiro-ministro? O primeiro-ministro disse, sobre o passado, nada, como se esta matéria tivesse acontecido hoje simplesmente porque o actual Governo mudou de política", lamentou.

 

Passos Coelho citou ainda um argumento usado pelo primeiro-ministro, que destacou que a subida do nível do ‘rating' permitirá a Portugal vir a ter juros mais baixos para a dívida pública. Dizendo que António Costa "tem toda a razão", o líder do PSD lamentou que, em 2016, as taxas de juro portuguesas tenham aumentado em contraciclo com "a esmagadora maioria dos países da zona euro".

 

"E sabem uma coisa? No dia em que uma agência de ‘rating' tirou Portugal do lixo, ainda tínhamos taxas de juro a dez anos mais elevadas do que quando deixei o lugar de primeiro-ministro", afirmou, concluindo que "fica muito claro" que a actual solução governativa atrasou Portugal em vez de ter adiantado.

 

Passos Coelho referiu que PCP e BE continuam a querer reverter reformas que foram essenciais para a subida do ‘rating' de Portugal, como a legislação laboral.

 

Também na política europeia, o líder do PSD apontou contradições entre o discurso do primeiro-ministro na sexta-feira no Colégio de Bruges - que considerou semelhante ao seu - e o dos seus parceiros governativos. "Está em Bruges e em Bruxelas com um discurso, mas alia-se em Portugal aos que têm o discurso oposto e são mesmo antieuropeístas", criticou.

 

Um crescimento da economia de 2%, em média, até 2020; um défice de 1,5% este ano e menos riscos no acesso ao financiamento levaram a agência de notação financeira Standard & Poor's a tirar Portugal do 'lixo' na sexta-feira.

 

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