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Oxford Economics: estratégia anticorrupção é fundamental para o "rating" de Moçambique

A Fitch decidiu em 12 de agosto manter o 'rating' de Moçambique em CCC+, tendo deixado de avaliar as emissões soberanas em moeda local devido à "ausência de informação credível" sobre atrasos nos pagamentos.

DR
19 de Agosto de 2023 às 10:37
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A consultora Oxford Economics considerou que a estabilidade na província de Cabo Delgado e implementação da estratégia contra a corrupção serão fundamentais para Moçambique melhorar o 'rating' sobre a credibilidade das emissões de crédito soberano.

"Para Moçambique reduzir substancialmente os riscos sobre a sua credibilidade das emissões soberanas e melhorar o 'rating', é crítico que o governo aumente os esforços para finalizar a sua estratégia anticorrupção, ao mesmo tempo que garante a estabilidade na província de Cabo Delgado através de uma melhor disponibilização de ajuda humanitária e intervenções militares eficazes", escrevem os analistas do departamento africano da consultora britânica Oxford Economics.

No comentário à manutenção do 'rating' de Moçambique por parte da Fitch Ratings, na semana passada, em CCC+ e à retirada da atribuição de uma nota devido à falta de credibilidade das informações sobre as emissões locais, a Oxford Economics diz que "estas ações são necessárias para o país manter a consolidação orçamental e o crescimento económico".

A agência de notação financeira Fitch Ratings decidiu em 12 de agosto manter o 'rating' de Moçambique em CCC+, tendo deixado de avaliar as emissões soberanas em moeda local devido à "ausência de informação credível" sobre atrasos nos pagamentos.

As exportações de gás natural e o aumento do crescimento económico, que deverá passar de cerca de 4%, em 2022, para mais de 6%, este ano, "não são suficientes para melhorar o 'rating' do país", lembram os consultores na nota enviada aos clientes, e a que a Lusa teve acesso.

"Antevemos agora, tal como a Fitch, que o desenvolvimento dos trabalhos da TotalEnergies perto de Palma, em Cabo Delgado, parados desde abril de 2021, só recomece no primeiro trimestre de 2024", lê-se ainda na análise, que conclui que "o projeto está a enfrentar desentendimentos entre os empreiteiros devido aos custos e os insurgentes continuam ativos nos distritos perto de Palma".

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul de região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
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