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Os efeitos da seca vão continuar a sentir-se em 2018?

Janeiro arranca seco, com precipitação abaixo do normal para a época, e o Inverno será ameno. Com 80% do território nacional em seca severa ou extrema, serão precisos meses de chuva para que o nível da água nas barragens volte a subir.

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Filomena Lança filomenalanca@negocios.pt 29 de Dezembro de 2017 às 10:30

Na semana de 1 a 7 de Janeiro observar-se-ão em todo o território nacional níveis de precipitação abaixo do normal. O ano arranca seco, como seco foi 2017 e o Inverno será ameno, com temperaturas entre meio e um grau acima do normal para a época. Neste momento, segundo os especialistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os modelos de previsão não dão sinais concretos sobre o que acontecerá nos próximos meses em termos de precipitação, mas uma coisa é certa: seria preciso que chovesse por várias semanas consecutivas, "meses, em alguns casos", para que as albufeiras retomassem os seus níveis normais e o país saísse da situação de seca em que se encontra.

O ano de 2017 foi "extremamente quente e seco e será o segundo ano mais quente desde 1931", o ano em que se começaram a fazer estes cálculos, explica Álvaro Silva, especialista em climatologia. Contas feitas, em meados de Dezembro tínhamos 11% do território em situação de seca extrema e 74,9% em seca severa. Apenas 0,5% do território estava em seca fraca. Desde então choveu e estas percentagens poderão ter sofrido algumas alterações, mas pouco significativas no panorama geral. Basta ver que "Dezembro deverá ter novamente precipitação abaixo do normal e será o 9.º mês consecutivo em que isso acontecerá".

E o que poderemos esperar para o próximo ano? A previsão mensal não é muito concreta, uma vez que os modelos utilizados pelos especialistas apontam por agora para cenários diferentes, não permitindo previsões fiáveis, explica Nuno Moreira, do IPMA. Por outras palavras, "será esperar para ver", sendo que "é preciso chover durante muito tempo, alguns meses em certos casos, para que a seca passe" e as albufeiras retomem os níveis habituais. "E neste momento não temos indicações de que isso vá acontecer. Nem disso, nem do seu contrário, sintetiza Nuno Moreira.

No final de Novembro, em 60 albufeiras de todo o país, 31 tinham disponibilidades inferiores a 40% do volume total e apenas quatro tinham disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total. As chuvas de Dezembro terão ajudado a subir alguns pontos percentuais, mas ainda muito aquém do que seria desejável e necessário. A seca, essa está para ficar. 

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