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Os efeitos da seca vão continuar a sentir-se em 2018?
Janeiro arranca seco, com precipitação abaixo do normal para a época, e o Inverno será ameno. Com 80% do território nacional em seca severa ou extrema, serão precisos meses de chuva para que o nível da água nas barragens volte a subir.
Na semana de 1 a 7 de Janeiro observar-se-ão em todo o território nacional níveis de precipitação abaixo do normal. O ano arranca seco, como seco foi 2017 e o Inverno será ameno, com temperaturas entre meio e um grau acima do normal para a época. Neste momento, segundo os especialistas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), os modelos de previsão não dão sinais concretos sobre o que acontecerá nos próximos meses em termos de precipitação, mas uma coisa é certa: seria preciso que chovesse por várias semanas consecutivas, "meses, em alguns casos", para que as albufeiras retomassem os seus níveis normais e o país saísse da situação de seca em que se encontra.
O ano de 2017 foi "extremamente quente e seco e será o segundo ano mais quente desde 1931", o ano em que se começaram a fazer estes cálculos, explica Álvaro Silva, especialista em climatologia. Contas feitas, em meados de Dezembro tínhamos 11% do território em situação de seca extrema e 74,9% em seca severa. Apenas 0,5% do território estava em seca fraca. Desde então choveu e estas percentagens poderão ter sofrido algumas alterações, mas pouco significativas no panorama geral. Basta ver que "Dezembro deverá ter novamente precipitação abaixo do normal e será o 9.º mês consecutivo em que isso acontecerá".
No final de Novembro, em 60 albufeiras de todo o país, 31 tinham disponibilidades inferiores a 40% do volume total e apenas quatro tinham disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total. As chuvas de Dezembro terão ajudado a subir alguns pontos percentuais, mas ainda muito aquém do que seria desejável e necessário. A seca, essa está para ficar.