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Os 1% mais ricos do mundo: o que é preciso para entrar no ‘clube’
Entrar no clube dos 1% mais ricos nunca é fácil, mas é especialmente difícil no Mónaco.
É preciso uma fortuna de quase 8 milhões de dólares para se encaixar na categoria no principado mediterrâneo, onde os residentes normalmente não pagam impostos sobre o rendimento, de acordo com uma pesquisa realizada pela Knight Frank.
Suíça e Estados Unidos vêm a seguir, com as entradas mais elevadas, exigindo fortunas de 5,1 milhões de dólares e 4,4 milhões de dólares, respetivamente, de acordo com o Relatório de Riqueza 2021 da consultora imobiliária. Em Singapura, uma pessoa com 2,9 milhões de dólares entra para o clube.
"Podemos ver claramente a influência da política tributária no topo", disse Liam Bailey, responsável global da área de pesquisa da Knight Frank.
Os dados destacam como a pandemia ampliou a diferença entre países ricos e pobres. O ponto de entrada para os 1% mais ricos do Mónaco é quase 400 vezes maior do que no Quénia, que tem a pior classificação entre os 30 países do estudo da Knight Frank. O Banco Mundial estima que 2 milhões de pessoas no país africano caíram na pobreza devido à crise da covid-19. Ao mesmo tempo, as 500 pessoas mais ricas do mundo aumentaram as suas fortunas em 1,8 biliões de dólares no ano passado, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg, com os empreendedores de tecnologia dos EUA Elon Musk e Jeff Bezos entre os vencedores.
Os ganhos desproporcionais entre os ricos e os custos crescentes para os governos decorrentes da crise do coronavírus levaram alguns países a introduzir ou considerar impostos sobre a riqueza. Nos Estados Unidos, alguns democratas pedem impostos mais altos sobre o rendimento ao nível estadual, incluindo em Nova Iorque.
Mais de um terço dos consultores de pessoas ricas entrevistadas para o relatório da Knight Frank citaram questões tributárias como a principal preocupação dos clientes. "Os governos gastaram muito e agora estamos numa situação semelhante à que tivemos depois da crise financeira, quando havia uma sensação crescente de: ‘Quem é que vai pagar por tudo isto?’", disse Bailey.