A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o número de desempregados, a nível mundial, tenha atingido os 180 milhões no final de 2002, o que representa um crescimento de 20 milhões em dois anos.

Esta é a conclusão do relatório da OIT apresentado hoje. A organização estima que entre o ano 2000 e 2002, o número de desempregados tenha aumentado em 20 milhões.

De acordo com a mesma fonte, «dois anos de abrandamento económico elevaram o número de desempregados para novos máximos mundiais, com poucas perspectivas de melhorias a nível global».

«A situação do emprego mundial está a deteriorar-se dramaticamente», salientou Juan Somavia, director-geral da Organização Internacional do Trabalho, acrescentando que «enquanto milhares de pessoas entram no ranking do desemprego e de trabalhadores pobres, a incerteza de uma recuperação económica em 2003 é cada vez menor».

O mesmo relatório salienta que no final de 2002, o número de trabalhadores pobres (que auferem um dólar ou menos por dia) ascendia aos 550 milhões, o mesmo número registado em 1998.

O abrandamento económico e as repercussões do atentado de 11 de Setembro de 2001 provocaram o «aumento do desemprego a nível mundial, incidiu fortemente na América Latina e Caribe», provocando nestas duas regiões um aumento da taxa de desemprego perto dos 10%.

Segundo o estudo da OIT, para absorver novos trabalhadores no mercado, reduzir o desemprego e a pobreza serão, pelo menos, necessários mil milhões de novos postos de trabalho na próxima década.

No conjunto dos países industrializados, a taxa de desemprego aumentou de 6,1% em 2000 para 6,9% no ano passado. Na União Europeia a taxa é de 7,6%.

Na América do Norte o desemprego cresceu rapidamente entre 2001 e 2002. Nos Estados Unidos a taxa de desemprego aumentou para 5,6% no ano passado, enquanto o Canadá alcançou uma taxa de 7,6% no final do ano passado.

Na região de África subsariana, a taxa de desemprego aumentou de 13,7% em 2000 para 14,4% em 2002, enquanto na Ásia atingiu os 6,5% no mesmo período, refere o relatório.

O desemprego em economias de transição está a aumentar outra vez, depois de um período de recuperação. Em 2002 a taxa subiu aos 13,5%, igual à registada em 2000.

De acordo com a OIT, perto de 60% da força de trabalho estará na Ásia até 2010, com a China a perfazer um quarto dos postos de trabalho a nível mundial.