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OE2024: Começaram as intervenções finais. Oposição em coro de críticas na despedida do Governo

Chega fala de "esquema de compadrio que há muito não havia em Portugal". Os bloquistas criticam "regime económico de promiscuidade, de facilitismo e de privilégio".

Cofina
29 de Novembro de 2023 às 13:14
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Nas intervenções finais do debate do Orçamento do Estado para 2024, da esquerda à direita, ninguém esqueceu o caso que levou a demissão de António Costa e foram muitas as críticas aos oito anos de governação socialista. Bloquistas falam de uma democracia "empobrecida por um regime económico de promiscuidade, de facilitismo e de privilégio"e a Iniciativa Liberal diz que não foi o último parágrafo do comunicado da PGR que que "escondeu 75.800 euros na residência oficial do primeiro-ministro".

André Ventura, do Chega, defendeu que a demissão do Governo é uma "oportunidade que o país tem" para "cortar com o socialismo que nos torna cada vez mais pobres". O líder do Chega acusou também o Executivo de cair na sequência de um "esquema de compadrio que há muito não havia em Portugal".

Entre críticas ao trabalho do Governo nos campos da saúde e da educação, mas também aos partidos de esquerda por "darem a mão" ao Partido Socialista nos tempos de geringonça, André Ventura atirou: "nem a sua mãe acredita em si".

A frase gerou uma reação do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, que afirmou não haver espaço para afirmações "injuriosas e indevidas neste Parlamento". "Muito menos envolvendo familiares", acrescentou. A reprimenda gerou aplausos das bancadas de esquerda no plenário e o aplauso isolado de Joaquim Miranda Sarmento, do PSD, à direita.

Da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, insistiu no polémico último parágrafo do comunicado da Procuradoria-Geral da República e que tem sido apontado como causa da demissão de António Costa.

"Não foi o parágrafo que escondeu 75.800 euros em notas na sua residência oficial. Foi o chefe de gabinete que o senhor escolheu que escondeu as notas em livros e em caixas de vinho. Senhor primeiro-ministro, nem as vacas voam, nem os parágrafos escondem notas em livros. E é lamentável que o senhor não seja capaz de chegar a essa conclusão sozinho", ironizou o líder dos liberais.

Pelo PCP, a líder parlamentar Paula Santos lamentou a falta de  disponibilidade do PS para fazer mudanças no SNS, no poder de compra dos trabalhadores e reformados, para contar o tempo de serviço dos professores e reduzir os preços dos bens essenciais. "As propostas que o PS aprovou não alteram um milímetro o orçamento que deu entrada na Assembleia da República", afirmou.

Os comunistas acusaram o Executivo de "uma atitude de subserviência do poder político" ao poder económico e ao "grande patronato" e entrou em tom eleitoral: "A realização de eleições legislativas é uma oportunidade para romper com este caminho de desigualdades e de injustiça, é uma oportunidade para construir uma alternativa política".

Os bloquistas, por Mariana Mortágua, criticaram o PS por, perante a "maioria que pediu", ter entregado "de volta ao país uma política arrogante de remendos mal amanhados que deixaram Portugal e a vida do nosso povo presa por arames".

Sobre a crise política que derrubou o Governo, Mortágua diz que essa se junta a uma crise social sobre a qual é preciso "dizer o óbvio": "A democracia exige que as suspeitas sejam esclarecidas. Mas também é preciso dizer com toda a clareza que essa mesma democracia tem sido empobrecida por um regime económico de promiscuidade, de facilitismo e de privilégio. Quantas vezes ouvimos a mesma história?", questionou a deputada.

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