Em 2010, depois de ter comprado aquela que era uma das piores equipas da NBA, o New Jersey Nets, o canal norte-americano CBS visitou a casa de Mikhail Prokhorov em Moscovo. Na sala, destinada a ver filmes, estava em exposição uma Kalashnikov. "Foi um presente", disse ao jornalista a quem mostrou com orgulho a arma construída para as forças especiais.

Um ginásio, uma piscina, salas, Mikhail Prokhorov mostrou a casa onde habita há cinco anos e onde, no ginásio, mostra as suas "habilidades" em cima de uma mota de água.

Agora, é este o milionário russo que tem um suposto interesse em adquirir uma participação no Sporting. A sua fortuna está avaliada em 17 mil milhões de dólares e o seu nome foi falado como potencial candidato à presidência da Rússia. Anunciou, mesmo, em Dezembro, a sua candidatura nas eleições de Março, mas no seu "site" não há mais referências sobre essa intenção.

Mikhail Prokhorov completará 47 anos em Maio. É touro, mas na infância a sua alcunha era o "girafa". Tem perto de dois metros de altura e só isso justificou o "nickname". No perfil disponível no seu "site", diz ter interesse em kickboxing, atletismo e esqui. Aliás, foi quando esquiava em Courchevel, nos Alpes franceses, que Mikhail Prokhorov foi detido, em 2007, acusado de ter levado prostitutas russas para seu divertimento. "Foi um mal entendido da polícia francesa", declarou, dizendo no entanto ter sido "uma boa experiência". Nunca foi deduzida acusação.

A ligação ao desporto não se fica pelo lazer. Foi dono da equipa moscovita de basquetebol que ganhou o campeonato europeu. "Sou viciado no desporto. Sem o desporto, sinto-me mal", declarou à CBS News. Passa duas horas no ginásio.

O seu pai esteve ligado ao desporto, tendo sido director do departamento de relações internacionais no Comité Soviético de Desporto. A sua mãe desenvolvia investigação científica no Instituto de Química de Materiais em Moscovo. Mikhail tem uma irmã mais velha, Irina.

O desporto, no entanto, acaba por ser complementar e possível graças à sua enorme fortuna. Avaliada em 17 mil milhões de dólares, foi conseguida nos minérios. Foi até ao ano passado presidente da Polyus Gold, uma das maiores empresas de ouro da Rússia. Mas continua a ser o seu proprietário, além de deter uma fatia na produtora de alumínio Norilsk Nickel, da qual, aliás, já tinha vendido uma parte e que lhe garantiu uma forte liquidez em 2008. Tem interesses nos media, em dois bancos, numa companhia seguradora e muito imobiliário.

"Tenho sorte em ter a quantidade de dinheiro suficiente para ser realmente independente", declarou à CBS, dizendo não ser, no entanto, obcecado pelo dinheiro. É uma consequência dos seus negócios. Diz-se que é o terceiro homem mais rico da Rússia, mas já se falou noutras posições mais altas. Quando em 2007 vendeu, por exemplo, uma companhia de sumos de fruta Agros por 10 mil milhões de dólares, dois meses antes do "crash" na bolsa russa.

Como grande parte dos multimilionários russos actuais, Mikhail Prokhorov criou riqueza com os processos de privatização russos, no âmbito dos quais o Governo de Ieltsin fez acordos com vários empresários que em troca de empréstimos ao Estado receberam acções de companhias russas. Nasceu uma nova geração de oligarcas russos.

O solteirão Mikhail Prokhorov diz-se satisfeito com o que é. Numa entrevista à GQ, assumiu que gosta de mulheres espertas, bonitas e sexys. "Tudo numa". E o que gosta mais nos amigos? "As suas fraquezas".