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Não se descentraliza por medo de perder o controlo

Limitar-se a autonomia de gestão para obter resultados como o controlo da despesa não é o melhor caminho para a saúde do futuro.

David Martins David Martins
Filipe S. Fernandes 13 de Dezembro de 2017 às 11:19
"Não sou apologista de soluções a régua e esquadro, por decreto que pretendam uniformizar o país ou as organizações de acordo com um suposto modelo ideal. As opções de construir um modelo mais orientado para a criação de valor em saúde tem de captar a diversidade e alimentar-se dela", defendeu Marta Temido, ex-presidente da Administração Central do Sistema de Saúde.

Para esta gestora, "o que nos impede de descentralizar é o medo. Ainda estamos imbuídos da ideia de que, se centralizarmos, conseguimos dominar o contexto. Mas não, tendemos a perder a eficiência e a desmotivar as pessoas porque estamos a coarctar a sua autonomia".

O que nos impede de descentralizar é o medo. Ainda estamos imbuídos da ideia de que, se centralizarmos, conseguimos dominar o contexto. Mas não, tendemos a perder eficiência e a desmotivar as pessoas porque estamos a coarctar a autonomia.  Marta Temido
Ex-presidente da Administração Central do Sistema de Saúde 

Não deixou contudo de aludir à crise financeira entre 2009 e 2015 que implicou uma crescente limitação da "autonomia de gestão com a convicção de que com isso se conseguiria um conjunto de resultados como o controlo da despesa. Mas a conclusão que se impõe é que não é o melhor caminho".

Projectos de autonomia

Referiu alguns projectos no sentido de melhorar a autonomia das organizações ou de determinados níveis de organizações como é o caso dos centros de responsabilidade integrados. "Visa criar dentro das organizações complexas, que são os hospitais, equipas que se organizem e redistribuam os ganhos de eficiência que consigam alcançar. Não são centros de elevada resolutividade como por vezes se pensa. São formas de inovação organizacional para as organizações premiarem quem está em modelo de dedicação exclusiva."

Marta Temido acrescentou ainda medidas como "a melhoria da resolutividade dos centros de saúde de cuidados de saúde primários ao nível do apetrechamento com mais recursos do que os médios e os apoios logísticos, o incentivo à hospitalização domiciliária, o livre acesso e circulação dentro do SNS, a melhoria da saúde oral, os cuidados de proximidade". Ricardo da Luz criticou apenas o facto de "muitas das medidas serem desconhecidas e de funcionarem por si, não há uma integração, isolam-se um pouco em si.


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