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Movimento entrega caderno de propostas para revitalizar o interior
Depois de cerca de meio ano de trabalho e de cinco conferências que se repartiram pelo território nacional, o Movimento pelo Interior culmina esta sexta-feira o processo com a entrega das propostas para revitalizar as regiões de baixa densidade.
Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa recebem esta sexta-feira em mãos o conjunto de propostas com que o Movimento pelo Interior acredita ser possível inverter o ciclo de declínio das regiões de baixa densidade.
Lançado pelo presidente da câmara da Guarda, Álvaro Amaro, este movimento extingue-se no final da sessão solene que tem hoje lugar no Museu dos Coches, em Lisboa, e que conta com o Presidente da República e o primeiro-ministro. Caberá depois à "vontade política" de Governo e Parlamento implementar as medidas que se dividem em três áreas sectoriais e cujo trabalho foi coordenado pelo ex-ministro das Finanças, Miguel Cadilhe (política fiscal), pelo ex-governante socialista Jorge Coelho (ocupação do território) e pelo antigo secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Lourtie (educação).
O movimento considera que, uma vez postas no terreno, num período de três legislaturas (12 anos) será possível ver os resultados das políticas públicas propostas. O alto patrocínio conferido por Marcelo é visto como decisivo.
Entre as 24 medidas já avançadas pelo Negócios, merece principal destaque a atribuição aos funcionários públicos que aceitem ir para o interior condições para se reformarem mais cedo e progredirem mais rapidamente na carreira.
É ainda proposta a transferência de 25 serviços para o interior, com um mínimo de 100 funcionários e que estejam centralizados em Lisboa, ou o reforço do número de estudantes universitários nas instituições do interior, diminuindo as vagas nas maiores cidades.
Governo em relativa sintonia com propostas
A ideia de cortar o número de vagas em Lisboa e Porto em benefício das instituições universitárias do interior merece aprovação do Governo. Segundo noticiou esta semana o Público, as universidades e politécnicos de Lisboa e Porto vão ter de abdicar de 5% das respectivas vagas no concurso nacional de acesso.