A Alemanha, conotada como a principal prescritora da receita da austeridade aos países do sul da Europa, terá ela própria de apertar o cinto, ou arrisca-se a enfrentar um défice orçamental de 25 mil milhões de dólares em 2023.Quem o diz é o próprio ministro das Finanças Olaf Scholz, num relatório a que o jornal Bild teve acesso.

O documento, preparado pelo ministro das Finanças para a sua equipa, alerta para a necessidade de conter a despesa, numa altura em o peso dos salários da função pública está a aumentar e em que se estima que a receita fiscal comece a cair.

O défice estimado pelo governante seria inferior a 1% do PIB, mas representaria, ainda assim, uma grande reviravolta para a maior economia da Europa, que no ano passado registou um excedente orçamental de 11,2 mil milhões de euros.

As tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos e o possível impacto de um Brexit sem acordo já levaram a Alemanha a cortar as suas estimativas de crescimento para este ano para 1%.

Segundo o Bild, neste contexto mais adverso, uma queda das receitas fiscais vai criar um buraco de 5 mil milhões de euros no orçamento da Alemanha todos os anos.

A publicação adianta que os ministérios já foram avisados, na semana passada, que devem manter os custos sob controlo, em parte devido ao rápido crescimento da massa salarial dos funcionários do Estado, que deve aumentar de 31 mil milhões de euros, em 2016, para 35 mil milhões em 2020.