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Medina: Lisboa já teve grandes eventos mas nenhum com a dimensão das Jornadas da Juventude

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, afirmou este domingo que a capital portuguesa, que vai acolher em 2022 as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), "tem uma história grande na realização de eventos, mas nenhum com esta dimensão".

Cofina Media
27 de Janeiro de 2019 às 17:35
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"Nenhum desta dimensão e nenhum desta importância", frisou à agência Lusa Fernando Medina, na Cidade do Panamá, onde hoje o Vaticano, no encerramento das JMJ, anunciou que Lisboa é a próxima anfitriã do maior evento organizado pela Igreja Católica.

 

O presidente do município disse que a Câmara vai agora "ter um trabalho muito grande", em conjunto com "a diocese, com os grupos, com os jovens, com as empresas, com as associações", com todos os que vão "fazer de Lisboa uma grande capital em 2022".

 

Fernando Medina garantiu que a capital portuguesa fará os "investimentos necessários" para a concretização das JMJ em 2022.

 

"Faremos os investimentos necessários a esta organização e que subsista, também, uma marca na cidade deste evento que perdure ao longo do tempo, é isso que vamos fazer", afirmou.

 

Questionado sobre os custos que uma iniciativa como esta, considerada a maior da Igreja Católica, pode ter no município, Fernando Medina frisou que as JMJ têm, "acima de tudo, um impacto simbólico e um impacto social, de cidadania e político que não tem contabilização financeira possível".

 

"Agora nós faremos, em conjunto com a organização, um evento de grande qualidade, capaz de preparar a cidade para este acolhimento", adiantou.

 

Para o autarca lisboeta, as JMJ são "um evento diferente de todos os outros, em que é preciso uma mobilização social muito grande de famílias para acolherem jovens", para que "funcione bem".

 

Fernando Medina referiu ser "muito entusiasmante poder ter Lisboa como local de acolhimento das JMJ, um momento que vai reunir centenas de milhares, senão, mesmo, milhões de jovens de todo o mundo", que se vão encontrar na capital portuguesa "na sua fé, mas também no seu sentido de humanidade, no seu espírito de reunião, de encontro, de reflexão, de partilha".

 

"[Jovens que] vão reunir-se com um intuito muito claro e com uma mensagem também muito clara que é aquela que o papa Francisco procura transmitir, de paz, de tolerância, de respeito pelo ambiente", adiantou Fernando Medina, acrescentando que "casa muito bem com os valores que hoje Lisboa procura transmitir e valorizar ao mundo, uma cidade aberta, uma cidade tolerante, uma cidade que acolhe todos bem".

Português falado em todo o mundo pesou na decisão da escolha de Lisboa, diz Marcelo

 

O Presidente português expressou uma "alegria incontida" com a escolha de Lisboa para acolher as próximas Jornadas Mundiais da Juventude, destacando que a língua portuguesa falada em todo o mundo pesou na decisão.

 

"É uma alegria incontida e é começar a sonhar já e a projetar já o que se vai passar daqui a três anos e meio", disse à agência Lusa Marcelo Rebelo de Sousa, na Cidade do Panamá, para onde se deslocou a convite do seu homólogo panamiano para as JMJ que hoje terminam.

 

"Acho que nós conseguimos, conseguimos todos, conseguimos nós portugueses, conseguiram naturalmente os católicos de Portugal, conseguiram os bispos católicos, conseguiu D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, mas conseguimos nós todos como povo e conseguimos nós que falamos português", assinalou o chefe de Estado.

 

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "foi muito importante um argumento essencial para esta decisão, o ser um país que pudesse abrir para vários continentes e, nomeadamente, para África, porque é o único continente que ainda não teve as Jornadas Mundiais da Juventude".

 

"E entendeu-se - e bem - que Portugal, além de abrir para o continente americano e, obviamente, abrir para a Europa, abria para África, para a que fala português muitíssimo, e que vamos reunir em Lisboa, para aquela que não fala, mas também vai vir até Lisboa", adiantou.

 

Para Marcelo Rebelo de Sousa, Portugal ser o segundo país lusófono a receber as JMJ depois do Brasil, em 2013, "é o reconhecimento do peso da lusofonia, do mundo que fala português".

 

"E, ao mesmo tempo, o peso de Portugal, o peso de Fátima, o peso do povo católico português", declarou o Presidente português, para acrescentar: "Mas eu não escondo que a lusofonia e o falar-se português e o estar-se presente em todos os continentes em todo o mundo pesou na luta que foi muito difícil com outros candidatos a estas jornadas de 2022".

Costa promete todo o apoio para garantir sucesso das JMJ

  

O primeiro-ministro português, António Costa, garantiu que o Governo dará "todo o apoio" para garantir o sucesso das Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa, que classificou como "evento extraordinário".

 

"Conforme oportunamente transmitido ao Presidente da Câmara de Lisboa e ao Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente, o Governo assegura todo o apoio que seja necessário para garantir o sucesso deste evento extraordinário para crentes e não crentes", sublinhou o chefe do executivo numa mensagem colocada na sua conta oficial na rede Twitter.

 

António Costa colocou outra mensagem no Twitter para felicitar o trabalho do Patriarcado de Lisboa em colaboração com a Câmara de Lisboa para trazer para a capital portuguesa as JMJ em 2022.

 

"Felicito o Patriarcado de Lisboa pelo excelente trabalho desenvolvido em estreita colaboração com o Município de Lisboa para que Portugal acolha em 2022 as Jornadas Mundiais da Juventude, expressando ao Pontífice a nossa gratidão pela Sua escolha", assinala ainda o primeiro-ministro.

O maior evento da Igreja Católica

 

As JMJ, consideradas o maior evento da Igreja Católica, são um encontro de jovens de todo o mundo com o papa, num ambiente festivo, religioso e cultural.

 

Nas JMJ em Madrid, em 2011, a organização estimou que o evento iria custar 50 milhões de euros, referindo, contudo, que os jovens deixariam na capital espanhola o dobro em gastos durante a estadia na cidade.

 

Do valor total do custo, cerca de 70% seriam assumidos pelos próprios peregrinos, com o restante a vir de donativos de empresas, incluindo as maiores de Espanha. Outra parte viria de doações diretas de pessoas e de mecanismos como o envio de 'SMS'.

 

Na ocasião a Federação Espanhola de Associações de Agências de Viagem estimou que o setor hoteleiro e turístico madrileno teria um impacto diário de 30 milhões de euros.

 

De sede da Capital Europeia da Cultura, em 1994, à exposição mundial em 1998 (Expo'98) ou mais recentemente a cimeira de tecnologia e empreendedorismo Web Summit, a capital portuguesa tem sido palco de várias iniciativas que têm colocado à prova a sua capacidade organizativa.

 

Antes, em maio de 1982, Lisboa recebeu o papa João Paulo II (1920-2005), que presidiu a uma missa campal no parque Eduardo VII.

 

Nove anos depois, em maio de 1991, João Paulo II regressou a Portugal e incluiu, novamente, a capital portuguesa na viagem, celebrando uma missa no estádio do Restelo.

 

Em maio de 2010, na sua única visita a Portugal, Bento XVI rezou uma missa na Praça do Comércio, em Lisboa, que juntou cerca de 500 mil pessoas. No mesmo ano, em novembro, a Cimeira da Nato, na qual estiveram vários chefes de Estado e de Governo, foi realizada em Lisboa.

 

Entre outros grandes eventos de que Lisboa foi palco destaque, em 2004, para o Europeu de futebol. A capital foi uma das cidades do campeonato, recebendo, a final. Em 2014 foi a vez da final da Champions, entre Atlético de Madrid e Real Madrid.

 

Mais recentemente, em 2016, Lisboa acolheu a Web Summit, que repetiu em 2017 e 2018. A cimeira de tecnologia e empreendedorismo vai permanecer por mais dez anos na cidade. Ainda em 2018, Lisboa foi palco do Festival Eurovisão da Canção.

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