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Medina encerra o debate: "milagre económico" não se deve a santos, mas a "boas políticas"

O ministro das Finanças insistiu na defesa da redução da dívida pública, referindo que "não é um fetiche", mas sim um caminho que garante "mais recursos".

OE2024
Lusa
Tiago Sousa | Filomena Lança filomenalanca@negocios.pt 29 de Novembro de 2023 às 13:51
Coube ao ministro das Finanças, Fernando Medina, encerrar os trabalhos de discussão orçamental desta quarta-feira no Parlamento. O responsável pela pasta das Finanças lembrou Krugman, referindo que o milagre resulta de "boas políticas", realçou também a "destruição dos pilares" da política do Governo de direita que lhe antecedeu como uma das principais conquistas deste Executivo e insistiu na defesa da redução da dívida pública: "não é um fetiche".

O ministro das Finanças começou por destacar o aumento do salário mínimo, com "mais 315 euros por mês por trabalhador, de mais de 60%" no salário mínimo nos últimos anos e a subida de 34% nos salários médios do país. "Fizemos aquilo que o PSD e os partidos da direita nunca teriam realizado", a subida dos salários foi "uma mudança de fundo", declarou.

O ministro destacou a "redução em mais de 1.700 milhões de euros no IRS" prevista para este ano e lembrou que tirando os dois anos da pandemia, "a economia portuguesa convergiu sempre com a União Europeia".

O ministro da Economia lembrou também a entrevista do Nobel da Economia, Paul Krugman, ao Negócios, referindo que milagre económico não surge dos "santos, mas sim das "boas políticas".

"Há poucos dias, um conhecido Prémio Nobel da Economia classificava Portugal como um milagre económico. A resposta não está nos santos, está nas boas políticas. São as boas políticas que fazem os bons resultados. Temos bons resultados porque temos boas políticas", disse.

Críticas à esquerda e à direita. Dívida pública "não é fetiche"

Medina sublinhou que a estratégia económica da direita "foi derrotada" e que esse é um dos sucessos destes oito anos de governação. "Podemos mesmo afirmar que o sucesso desta governação assentou na destruição dos pilares fundamentais da política económica e social dos partidos à nossa direita".

"Em termos de PIB por habitante ajustado ao poder de compra, aproximámos-nos em 5 pontos percentuais da França, cinco pontos percentuais da Alemanha e sete pontos percentuais da Espanha. Convenhamos que estes são melhores países de referência do que a Roménia", acrescentou referindo-se a uma das principais críticas da direita.

"A política que aplicámos funciona". "Reduzimos o défice e a dívida pública vencendo os dogmas das oposições" e "sem austeridade". "Em 2015, à saída de funções, o Governo PSD-CDS deixou um défice de 4,4% do PIB, mas sobretudo uma dívida pública de 131,2%", disse.

As críticas não se restringiram apenas aos partidos à direita com Medina a atacar na direção dos partidos de esquerda que "permanentemente se opõem à responsabilidade orçamental". "Como se poupar juros não significasse mais recursos para o investimento social e como se em cada crise financeira não ficasse claro que os que mais sofrem são precisamente os mais vulneráveis, os que vivem do seu salário ou da sua pensão", disse.

O ministro das Finanças acrescentou também que a "redução da dívida não é um fetiche", mas sim um caminho que "garante mais recursos". "Em suma, a redução da dívida não é um capricho, não é um troféu, não é um fetiche. É o caminho que nos assegura mais recursos, que protege os mais vulneráveis e que garante a nossa soberania", sublinhou.

(notícia em atualização)
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