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Marcelo: "É preciso adequar o discurso à realidade"

O Presidente da República pede um equilíbrio entre as questões sanitárias e a necessidade de reabertura da economia. Sobre as imagens do Porto, Marcelo Rebelo de Sousa diz que "quando se comunica que [adeptos] vêm em bolha, têm de vir em bolha".

Miguel A. Lopes / Lusa
29 de Maio de 2021 às 15:55
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O Presidente da República entende que "a vacinação está a fazer os seus passos" e que agora é tempo de "olhar para a vida e  saúde da economia e sociedade". Após uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse que o incumprimento nas regras sanitárias por parte dos adeptos de futebol que estão no Porto por causa da final da Liga dos Campeões deve contar como uma "lição para o futuro", mas pediu para que o discurso seja ajustado à realidade. 

"Não vale a pena criar um discurso em que não dá para acreditar", frisou o Chefe de Estado, alertando que não se deve entrar em alarmismos nem flexibilizar em demasia. "Temos de encontrar o discurso aequadado à realidade, que não pode ser igual ao de janeiro, fevereiro e março porque as pessoas não acreditam", insistiu.

Lembrando que "meio milhão de pessoas está dependente do básico e mais de um milhão e meio está no básico", Marcelo destacou que "temos de equilibrar [as medidas sanitárias] com a situação económica e social das pessoas", até porque "a vacinação está a fazer os seus passos" e o número de doentes em internamento devido à covid-19 é hoje muito diferente do que no início deste ano.

Sobre as imagens de milhares de adeptos nas ruas do Porto, sem máscara e sem distanciamento social, o Chefe de Estado reconheceu que houve uma falha na comunicação que foi feita sobre o evento. "Quando se comunica que vêm em bolha têm de vir em bolha. E quando se fixa um limite, se o limite é diferente do que era para ser tem de explicar", sublinhou o Presidente.

Para Marcelo, "tem de se ter atenção a que, ao ir definindo regras permanentemente (...), tem de se de forma a que as pessoas percebam e em que as regras colam à realidade". E deu o exemplo da Presidência da República, que decidiu não abrir os jardins à população para assinalar o 10 de junho. "Neste contexto imagine o que era estar a celebrar o 10 de junho na Madeira e haver imagens de Belém com 1500 pessoas ao mesmo tempo lá dentro. Não dava."
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