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Machete: "Bons ventos" não perdurarão sem consenso político interno e mais Europa

O ministro falou em Berlim dos "bons ventos" que começaram a soprar em Portugal que considerou ser um novo "caso de sucesso" na recuperação da crise europeia, mas frisou que não é tempo para complacência.

Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete – Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros;
Reuters
10 de Março de 2014 às 14:27
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O ministro dos Negócios Estrangeiros congratulou-se esta segunda-feira, 10 de Março, em Berlim, por "bons ventos estarem finalmente a parecer soprar a nosso favor", atribuindo essa melhoria de perspectivas à "disciplina e tenacidade do povo português" mas também ao apoio dos parceiros europeus, tendo salientado a solidariedade da Alemanha. 

 

Falando na sessão de abertura do II Fórum Portugal-Alemanha que decorre até amanhã na capital alemã, Rui Machete - que se expressou pontualmente num alemão irrepreensível - sublinhou que foram "três anos muito difíceis, mas é gratificante constatar que Portugal recuperou o interesse dos investidores e as nossas exportações bateram recordes".

 

Contudo, frisou, muito está por fazer pelo que "não é tempo para complacência", nem no plano interno onde voltou a referir-se à necessidade de consenso político com o PS, nem na Europa, frisando a urgência de uma verdadeira união.

 

Referindo-se ao pós-troika, disse que a "nossa credibilidade depende da sustentabilidade do nosso rumo". Nesse contexto, manifestou a expectativa de que haja o "necessário espaço de entendimento" com as "principais forças políticas que comungam dos mesmos ideais europeus" que permita ultrapassar a crise e "alcançar compromissos políticos de longo prazo que deem continuidade e sustentabilidade às reformas estruturais".

 

Portugal, considerou, é mais um "caso de sucesso na Europa e  contribui para o sucesso da Europa", mas a superação  da crise "não depende só de nós mas também da Europa". "É essencial avançar numa verdadeira união bancária". "Os resultados alcançados não poderão ser sustentados por muito tempo se a fragmentação financeira persistir", alertou, referindo-se às disparidades das taxas de juro cobradas às empresas e famílias portuguesas quando comparadas com as suas congéneres dos países do centro da Europa.

 

"Não pedimos condições de excepção, apenas as mesmas condições", acrescentou, estendendo o mesmo pedido em relação à energia, onde disse ser preciso aprofundar o mercado interno.

 

O II Fórum Portugal-Alemanha decorre até terça-feira, 11 de Março, em Berlim, por  iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian, do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI-UNL) e do Instituto alemão para a Política Europeia. A primeira edição do Fórum bilateral teve lugar em Lisboa em Janeiro de 2013.

 

 

 

* jornalista em Berlim, a convite da Fundação Calouste Gulbenkian e do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI-UNL)

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