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Lula vende praias, "caipiríssimas" e estabilidade económica

Não pára de chover e Lula de Silva tem em mãos a tarefa de convencer centenas de potenciais investidores estrangeiros a olharem para o Brasil como um mercado onde vale a pena apostar.

Lula vende praias, "caipiríssimas" e estabilidade económica
15 de Maio de 2009 às 16:54
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Não pára de chover e Lula de Silva tem em mãos a tarefa de convencer centenas de potenciais investidores estrangeiros a olharem para o Brasil como um mercado onde vale a pena apostar.

O presidente brasileiro – rodeado de um forte aparato de batedores, elementos da segurança interna, polícia militar e detectores de metais - foi o convidado de honra da sessão de abertura do encontro anual mundial do WTTC – World Travel & Tourism Council, a maior plataforma de lideres empresariais do sector do turismo, que este ano está reunida, durante dois dias, na cidade de Florianópolis, estado de Santa Catarina.

O país que Lula vem aqui hoje vender tem belezas naturais a perder de vista. Tem camarão à beira mar. E “caipiríssimas” melhores do que qualquer whisky, garante. Não chega e o presidente sabe-o bem. “Miséria não atrai turista”, sublinha, alto e a bom som.
A avaliar pelas suas palavras, em seis anos de governação tudo o que ainda não foi feito é porque está em curso. Desde a habitação, à escolaridade e aos transportes.

Quase a completar 200 anos de independência (que se celebra em 2022), o Brasil está a deixar para trás o seu passado de subserviência e a robustecer-se em auto-estima. “Hoje, estamos cheios de auto-estima e com esta crise o Brasil demonstrou quem é quem na economia mundial”, afirmou.
A chuva continuava a cair mas a cartada de Lula era boa demais. No início de Abril, São Paulo ouviu três prémios Nobel da economia – Joseph Stiglitz, Edward Prescott e Robert Mundell – a defender que o Brasil está em condições para sair da crise mais rapidamente do que os Estados Unidos da América.

O país de Lula está em melhores condições do que muitos países desenvolvidos – disseram – e deverá ascender à elite das maiores potencias mundiais até 2030. Uma deixa que galvaniza qualquer governante, que com ela tentará depois galvanizar tudo e todos.

“A economia brasileira está a recuperar de forma extraordinária e sairemos desta crise melhor que quando nela entrámos. Esta não é uma crise para nos ficarmos lamentando e chorando, mas sim uma crise que deve levar os estados a fazer investimentos que os preparem para o futuro”, afirmou ontem o presidente.


No país de Lula, embora 30% do crédito venha do exterior e esteja a ser afectado também pela fraca liquidez do sistema financeiro, a crise não travou qualquer dos investimentos previstos. Pelo contrário. O Brasil receberá a Copa do Mundo de futebol em 2014 e o Rio de Janeiro é finalista no grupo de cidades candidatas aos Jogos Olímpicos de 2016. Se em 2008 o país recebeu mais de cinco milhões de estrangeiros que ai deixaram mais de seis mil milhões de dólares – um recorde, nas contas do ministro do Turismo Luiz Eduardo Barreto – os dois eventos traçam todo um calendário de investimentos e exposição internacional.

Lula garante ter na sua agenda a melhoria da rede ferroviária, investimentos em todos os aeroportos brasileiros e a revitalização das ligações aéreas domésticas, entre outros projectos.
A confirmarem-se os prognósticos dos três prémios Nobel, o Brasil está no bom caminho. Lula não abre mão desse argumento.

E num jeito meio samba de discursar, sem lugar a formalismos, conquista risos à plateia. “Eita povo triste esse, não quero voltar nunca mais. Faz seis meses que não ria”, desabafa um brasileiro à saída do aeroporto da Portela, rumo a Brasília. Está de regresso a casa, para ficar. É que “brasileiro ri até por estar triste”.

* A jornalista viajou ao Brasil a convite do WTTC
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