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Lula desmente Mexia no caso do «operador do Mensalão»

O escândalo do «Mensalão» tem vindo a evoluir nos últimos dias e, ontem, à noite (madrugada em Portugal), Lula da Silva comunicou que Marcos Valério, o «operador do Mensalão» não foi autorizado a apresentar-se como seu consultor num encontro que teve com

04 de Agosto de 2005 às 11:13
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O escândalo do «Mensalão» tem vindo a evoluir nos últimos dias e, ontem, à noite (madrugada em Portugal), Lula da Silva comunicou que Marcos Valério, o «operador do Mensalão» não foi autorizado a apresentar-se como seu consultor num encontro que teve com António Mexia, então ministro das Obras Públicas, tal como o executivo português descreveu ao jornal «Expresso».

A notícia de há 15 dias do jornal semanário português aterrou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, no Brasil, e deixou os deputados exaltados.

Mexia admitia que teria recebido Marcos Valério no seu gabinete como «consultor do Presidente do Brasil e a pedido de Miguel Horta e Costa, presidente da Portugal Telecom».

Em reacção, a Presidência da República brasileira informou, através de comunicado que «nega enfaticamente que o sr. Marcos Valério tenha sido, em qualquer momento, autorizado a apresentar-se como ‘consultor do Presidente do Brasil’ junto do Governo português ou em qualquer outra situação».

O Governo brasileiro esclarece ainda que «a representação do Governo brasileiro fora do país dá-se exclusivamente pela indicação formal, com endosso oficial, o que nunca ocorreu. Tampouco a Embaixada do Brasil, em Portugal, intermediou qualquer audiência com o então ministro António Mexia».

A Presidência da República brasileira diz ainda que «a Embaixada do Brasil, em Portugal, está contactando o ex-ministro para buscar os esclarecimentos necessários» e no seguimento «as medidas judiciais cabíveis serão tomadas em face dos responsáveis por eventuais acções indevidas».

Mexia já se mostrou disponível para esclarecimentos às autoridades brasileiras.

 Também ontem, o próprio Marcos Valério, suspeito de fazer os pagamentos das «mesadas» a parlamentares da base aliada, negou que tenha «viajado (a Portugal) como consultor do Presidente da República ou de qualquer outro órgão governamental», mas confirma a visita a Mexia.

Esclarece, sim, que regressou a Portugal, em Janeiro deste ano, para uma reunião com o presidente da Portugal Telecom [ptc]. Mas o executivo português não pode recebê-lo por problemas na agenda.

Valério já tinha confirmado contactos com a PT, em Lisboa, para tratar da possível venda da Telemig Celular, principal operadora de Minas Gerais, onde a Vivo, subsidiária da PT em território brasileiro ainda não marca presença e não de possíveis financiamentos ilegais a partidos da base aliada de Lula da Silva.

Também ontem, a PT emitiu um comunicado onde confirma a reunião com Marcos Valério, em Outubro de 2004, em Portugal, com o intuito de tratar sobre a compra da Telemig.

No comunicado, a maior operadora portuguesa de telecomunicações assegura que jamais participou de qualquer encontro com o objectivo de discutir ou negociar operações que envolvessem o financiamento de partidos políticos brasileiros.

*Correspondente em São Paulo

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