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Lisboa é a terceira melhor cidade do mundo para os expatriados
Londres, Paris e Roma são famosas pela sua história, cultura e comércio. Agora, partilham algo mais em comum: os expatriados não gostam delas.
As três capitais europeias atraíram algumas das classificações mais baixas numa pesquisa global com mais de 15 mil pessoas, representando 173 nacionalidades. Preocupações com saúde, segurança, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e os preços das casas pesaram nas pontuações da pesquisa conduzida pela InterNations, uma rede de expatriados com sede em Munique com cerca de 4 milhões de membros.
"Expatriados em grandes cidades como Nova Iorque, Tóquio, Paris, Hong Kong ou Londres enfrentam dificuldades para encontrar casas que consigam pagar e geralmente estão insatisfeitos com a sua situação financeira", disse Malte Zeeck, fundador da InterNations. "Os expatriados nessas cidades também estão frequentemente insatisfeitos com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional."
No outro extremo da escala, quatro cidades espanholas ficaram entre as dez primeiras. Os expatriados classificaram Valência, a terceira maior cidade de Espanha, com a pontuação mais alta do mundo com base no clima, habitação e saúde. Mais abaixo na lista - e a cerca de 160 quilómetros da costa - Alicante, uma cidade de 330 mil habitantes, ficou em segundo lugar. Málaga e Madrid conquistaram o 6º e o 9º lugar.
Derek Chandruang sabe porque é que Valência se destacou. O expatriado americano, de 38 anos, passou 15 anos a viver em Londres, e mudou-se para Valência em setembro. Trocou um apartamento T3 partilhado com dois colegas no Reino Unido por um T3 no moderno bairro valenciano de Ruzafa. A renda do seu apartamento, projetado no estilo tradicional espanhol com muitas características originais, é de 900 euros por mês.
"Valência tem uma combinação realmente ideal de ser uma cidade com todos os elementos da vida urbana", disse Chandruang, que trabalha como executivo na indústria da música. "Mesmo sendo uma cidade de média dimensão próxima da praia."
Além das quatro cidades espanholas, Lisboa, Cidade do Panamá, Singapura, Buenos Aires, Kuala Lumpur e Abu Dhabi ficaram entre as 10 primeiras.
Os expatriados em Lisboa - terceira classificada - disseram que a cidade oferece facilidade para a mudança, tem uma grande qualidade de vida e um clima fantástico. Portugal é famoso por ter cerca de 300 dias de sol por ano. Ainda assim, os expatriados em Lisboa deram à economia local uma pontuação abaixo da média: 62% deu uma classificação positiva, em comparação com uma média global de 63%.
O trabalho é uma área em que alguns dos maiores e mais tradicionais centros de expatriados pontuaram mal. No caso de Roma, as pontuações dos expatriados na cidade colocaram a capital em 65º lugar no ranking geral, logo acima de Salmiya, uma cidade do Kuwait, que ficou em último lugar. E Roma ficou em último lugar na categoria "vida profissional urbana", que tem em consideração questões como satisfação no trabalho, oportunidades de carreira, segurança no emprego e equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Seul ficou em 61º nessa escala, logo abaixo de Hong Kong, em 59º.
Paris, classificada em 61º lugar, foi atingida por questões relacionadas à satisfação financeira pessoal dos expatriados e custos de habitação. Aproximadamente três em cada 10 expatriados em Paris relataram estar insatisfeitos com a sua situação financeira e 70% disse que os preços das casas eram inacessíveis.
A pesquisa da InterNations foi realizada em março pelo que não reflete todo o impacto causado pela pandemia de covid-19. No entanto, as perceções capturadas na pesquisa ecoam tendências vistas este ano, em que muitos procuram sair das grandes cidades enquanto reavaliam o trabalho e o estilo de vida.