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Lisboa cai oito posições na lista das cidades mais caras para expatriados

Na análise da Mercer, Lisboa está agora em 117º lugar a nível mundial, oito pontos abaixo do ano anterior. O que não quer dizer que tenha passado a ser uma cidade mais acessível. Responsável da Mercer explica porquê.

João Cortesão
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Lisboa caiu oito posições no ranking mundial da Mercer sobre as cidades mais caras para os expatriados. Ocupa agora o 117º lugar numa lista que classifica o custo de vida de 227 cidades, comparando mais de 200 itens, incluindo habitação, transporte, alimentação, vestuário, produtos domésticos e entretenimento. O que não significa que a capital portuguesa se tenha tornado mais acessível.

O ‘ranking’ é elaborado a partir de um estudo sobre cada cidade que serve essencialmente para as empresas analisarem o que implica a presença numa localidade estrangeira onde queiram estar.

Desta análise também se elabora a lista que continua a ser liderada por Hong Kong, a cidade mais cara do mundo para expatriados. Seguem-se Singapura, Zurique, Genebra e Basileia. O TOP10 é ocupado por cinco cidades europeias, que, além das mais referidas, incluem Berna (7º) e Copenhaga (9º).

A nível europeu, Lisboa ocupa o 39º lugar, quando no ano anterior ocupava o 36º. A comparação das listas de ano para ano deve no entanto ser feita com alguma cautela, até porque há cidades que por vezes entram e outras que saem, uma vez que podem passar a ser ou deixar de ser apelativas para expatriados. Em 2019, por exemplo, Lisboa ocupava a 95ª posição a nível mundial. Há dois anos, estava em 83º lugar, depois de ter subido 23.

Na lista relativa a 2023 sobre as cidades mais caras para expatriados, surge depois de Madrid, Barcelona, Atenas, Roma ou Praga, que subiu 27 posições num ano. E antes de Belfast, Liubliana, Zagreb, Budapeste ou Varsóvia.

O que justifica a evolução?

Os resultados não têm necessariamente de contrariar a perceção sobre o encarecimento do custo de vida em Lisboa. "O facto de Lisboa ter descido oito posições no ranking global de custo de vida não significa necessariamente que se tenha tornado uma cidade mais "barata" em termos absolutos. O ranking relativiza as cidades em termos de custo de vida, neste caso medido na perspetiva dos colaboradores expatriados que vivem e são enviados para essas cidades", refere Tiago Borges, Business Leader Carreer da Mercer em Portugal.

O responsável explica que o estudo mede um conjunto de items, da habitação aos transportes, da alimentação em casa e fora de casa, do entretenimento aos serviços de saúde.  

"No caso de um dos items que mais pesa neste cabaz (habitação), ela subiu de uma forma mais elevada que em muitas outras geografias em anos anteriores, mas este ultimo ano, e apesar de ter subido, verificamos que o ritmo de crescimento foi inferior ao que aconteceu em outros mercados", refere.

A posição dos países pode também ser afetada pela taxa de câmbio. "E, neste caso, este ultimo ano foi marcado por alguma desvalorização do Euro face a outras moedas (particularmente ao Dolar), o que torna Lisboa (e outras cidades que partilham a mesma moeda) relativamente mais barata", acrescenta.

"A inflação, outro fator que em termos globais pode influenciar estes cálculos, no caso de Lisboa poderá não ter afetado nem positiva nem negativamente este ranking, pois tratou-se de um fenómeno muito transversal", conclui Tiago Borges.

Na nota, a Mercer explica que, num cenário de generalização do teletrabalho, o custo não é o único fator de atração. "Outro fator igualmente importante é a qualidade de vida global que uma cidade oferece. Por outro lado, os riscos e outras questões negativas, como catástrofes naturais, a tensão política e/ou económica, as elevadas taxas de criminalidade, as infraestruturas deficientes e a conetividade internacional limitada podem ser importantes dissuasores para as empresas" a para os seus trabalhadores.

 

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