O Ministério Público de Barcelona processou Emilio Cuatrecasas Figueras, sócio-executivo da sociedade de advogados "Cuatrecasas, Gonçalves Pereira", por alegados delitos fiscais entre 2006 e 2008 no valor de 3,5 milhões de euros, noticia o jornal “El País”. Segundo o períódico espanhol, o processo, já remetido para tribunal, sustenta que a sociedade utilizou "artifícios sofisticados" para evitar o pagamento de impostos. Segundo o MP, citado pelo “El País”, a sociedade internacional de advogados teria evitado o pagamento de 3,5 milhões de euros às finanças espanholas, incluindo como despesas ligadas à sua actividade gastos domésticos, como vivendas particulares e um barco, entre outros bens.

De acordo com a investigação, ao contabilizar como despesas próprias da sociedade evitou-se o pagamento de impostos, tendo a firma de advogados alegadamente fugido também ao imposto sobre as sociedades através de uma "complexa teia empresarial".

A maior parte do valor em causa (1,7 milhões de euros) corresponderia ao imposto sobre o património, enquanto o restante reparte-se por vários outros impostos, incluindo IVA.

Um dos estratagemas utilizados para a fuga fiscal, noticia ainda o “El Pais”, baseou-se numa "dupla sobreposição de sociedades" (uma suíça e outra espanhola), sendo que nenhuma destas empresas tinha qualquer actividade económica, segundo a investigação fiscal.

Segundo os investigadores, não há indícios de que Mercedes Barceló participasse na fraude fiscal, nem sequer que tivesse consciência de tal facto, mas é beneficiária do imposto de propriedade em 2006 numa taxa de cerca de 142 mil euros.

Em notícia sobre o mesmo assunto, o jornal espanhol “Expansión”, especializado em economia, dá nota, citando uma fonte oficial da sociedade, que “este é um tema "este é um tema do foro pessoal de Emilio Cuatrecasas e não do escritório de advocacia a que este preside”.

A Cuetrecasas, Gonçalves Pereira é uma sociedade de advogados multinacional e dispõe de escritórios em Lisboa e no Porto.