Paul Krugman, um dos mais populares e mediáticos dos prémios Nobel da Economia, estará hoje em Lisboa para receber o doutoramento honoris causa pelas universidades de Lisboa, Técnica e Nova.

Depois da cerimónia que tem início às 17 horas na Aula Magna da Universidade de Lisboa, o académico proferirá uma palestra sobre “a Economia na crise”, um tema sobre o qual tem vindo a reflectir profusamente, quer nas suas colunas no “New York Times”, quer no blogue “The conscience of a liberal”.

Comentador regular e vigoroso da actualidade, Paul Krugman tem sido uma das vozes mais críticas das receitas de austeridade que a Europa tem vindo a aplicar, considerando que é no restabelecimento dos circuitos de crédito e no estímulo ao consumo que deve encontrar-se o caminho para a saída da crise. Colocando o investimento público no centro das políticas de relançamento, tem afirmado que Keynes está mais vivo do que nunca.

No seu mais recente “post” sobre a crise europeia, sustenta que o problema dos países intervencionados e do Sul da Europa reside na balança de pagamentos. Por isso, “pode-se esmagar quanto se quiser os Estados-providência, mas isso tem pouco a ver com a competitividade das exportações”. Perseguindo políticas de austeridade, consegue-se reequilibrar a balança externa, mas apenas por via da redução das importações, conjugada com uma possível, mas apenas possível “desvalorização interna” causada pelo aumento do desemprego, adverte.

Avisos que este eurocéptico moderado, admirador do modelo social europeu, deverá repetir hoje.

Amanhã poderá ler uma entrevista de Paul Krugman ao Negócios, em parceira com a RTP.