Alberto João Jardim interveio hoje sem o entusiasmo habitual, apenas animando o congresso quando pediu mais autonomia às estruturas regionais e locais para a escolha dos candidatos às eleições.

“A Comissão Política nacional não pode discricionariamente continuar a impor candidatos aos diversos círculos eleitorais”, criticou Jardim, em referência à polémica escolha dos candidatos para integrar as listas de deputados e também dos candidatos autárquicos nas eleições de 11 de Outubro do ano passado.

De seguida, o presidente do Governo Regional da Madeira clamou ainda que o partido “deve aceitar mais espaço de diálogo para candidaturas independentes”.

No início da intervenção, à semelhança do que fizeram a generalidade dos congressistas até ao momento, Jardim começou por elogiar Manuela Ferreira Leite, dizendo que “o País jamais esquecerá a grande lição de ética política” dada pela líder cessante do partido nos últimos dois
anos.

Depois deixou orientações para o País, pouco ou nada acrescentando mais sobre a vida interna do partido. Talvez por isso a sua intervenção não tenha entusiasmado sobremaneira o pavilhão de Mafra.

Entre as ideias reformistas deixadas pelo governante madeirense constou a “revisão de alto a baixo” do sistema de Justiça, incluindo as carreiras das magistraturas, e a necessidade de “despolitizar todas as instituições judiciais, reguladoras e fiscalizadoras”.

A finalizar, Jardim defendeu ainda que “o PSD tem de assumir a coragem de liderar a regionalização administrativa do continente”, recolhendo os aplausos mais efusivos da tarde, descontando aqueles que recebeu quando agradeceu a todo o povo português a ajuda prestada às vítimas do temporal na Madeira.