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Jaime Lacerda diz solução escolhida «não é decisiva»
«Esta preocupação em não violar o défice através do recurso a receitas extraordinárias, sendo compreensível, face às consequências a que o país se sujeitaria, não é uma questão decisiva. O que interessava era criar condições para não nos preocuparmos com
«Esta preocupação em não violar o défice através do recurso a receitas extraordinárias, sendo compreensível, face às consequências a que o país se sujeitaria, não é uma questão decisiva. O que interessava era criar condições para não nos preocuparmos com o pacto de estabilidade». Foi desta forma que Jaime Lacerda, vice-presidente da AIP, comentou a solução apresentada esta tarde pelo ministro Bagão Félix para o défice.
Para a associação industrial a questão decisiva é que «Portugal sistematicamente gasta com o funcionamento das administrações públicas e com os sistemas sociais mais do que a economia portuguesa lhe permite gastar».
E, acrescenta, «a parte da riqueza produzida pelos cidadãos e pelas empresas que é absorvida pelo Estado em contribuições e impostos necessários para pagar aquelas despesas encontra-se já a um nível dos mais elevados da OCDE, não havendo margem para o Estado se apropriar de uma parte maior de riqueza produzida sem afectar significativamente o consumo e o investimento».
Jaime Lacerda conclui dizendo que a solução para o problema do défice está no crescimento económico do país «a um ritmo diferente do que tem sucedido nos últimos anos» e na reestruturação da administração pública «de acordo com objectivos conhecidos pelo país e devidamente auditados para que os benefícios dessa reforma possam ser acompanhados por todos».