A Itália deverá hoje levar a conselho de ministros um pacote de austeridade no valor de 45 mil milhões de euros para 2012 e 2013.
A informação foi dada por Roberto Formigoni, presidente da região da Lombardia, numa conferência de imprensa que se seguiu a um encontro com membros do Governo, de acordo com a Bloomberg.

A agência noticiosa italiana Ansa tinha também já adiantado a notícia, citando precisamente parceiros que estiveram em reunião com o Governo.

Segundo a mesma agência, o pacote de medidas vai incluir um “imposto solidário” sobre os mais ricos. Além disso, 8,5 mil milhões de euros serão conseguidos com cortes nas despesas do sistema político.

O presidente da Lombardia informou igualmente que vão ser cortados 9 mil milhões de euros em transferências para as regiões e localidades do país, acrescentando o objectivo de liberalizar e vender alguns dos serviços locais. E Roberto Formigoni até já criticou, dizendo que estas reduções das transferências vão ter efeitas nos “ratings” atribuídos às regiões.

O aguçar da situação orçamental da Itália, com o intensificar dos receios de um contágio da crise da dívida, e com o endividamento da nação a alcançar um máximo histórico de 1,9 biliões de euros em Junho, levou Sílvio Berlusconi a marcar um conselho de ministros extraordinário para o dia de hoje.

Será aí que deverão ser aprovadas estas medidas de austeridade, cujo objectivo é reduzir o défice orçamental para zero já em 2013, quando o objectivo era apenas equilibrar as contas públicas em 2014. Para o próximo ano, o Executivo italiano pretende alcançar um défice de 1,6% do PIB. Em 2010, este indicador estava nos 4,6%.

Guilio Tremonti, ministro das Finanças, tinha já ontem anunciado medidas como a flexibilização do mercado de trabalho e um imposto sobre as mais-valias para se equilibrarem as contas públicas.

As medidas no valor de 45 mil milhões de euros quase igualam o défice orçamental que, em Junho, ascendeu a 48,2 mil milhões de euros.