O chefe do Exército tailandês apelou hoje aos responsáveis políticos do reino que se mobilizem para encontrarem uma solução, que passará por eleições legislativas antecipadas. A instabilidade contagiou os investidores, com a Bolsa a afundar 5%.

Depois dos violentos confrontos entre manifestantes anti-governamentais e forças da ordem, dos quais resultaram pelo menos 21 mortos no sábado, Anupong Paojinda considerou que os militares sozinhos não tinham vocação para dar uma solução duradoura para a crise que divide o país há quatro anos.

"Devemos virar-nos para a política para encontrar uma solução", declarou o responsável militar. "O problema será resolvido com a dissolução da câmara" baixa do Parlamento. "Mas a data da dissolução dependerá de negociações" levadas ao nível político, adiantou.

O movimento das "camisas vermelhas", que se manifesta há um mês nas ruas de Banguecoque, reclama a demissão do primeiro ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, e a realização de eleições legislativas antecipadas o mais rapidamente possível.

Por outro lado, Abhisit aceitou realizar eleições no fim deste ano, ou seja um ano antes do final da actual legislatura. Um porta-voz do Governo exclui entretanto a realização de eleições antes de Outubro.
Reflectindo a crise política, a bolsa tailandesa afundava hoje mais de 5% a meio da sessão. O índice SET perdia 5,2% fixando-se nos 748,29 pontos. “O principal factor que explica esta quebra é a agitação política, uma vez que não existe outro factor provável”, apontou um analista da Phillip Securities.

O exército tem um papel importante na vida política do reino tailandês, onde ocorreram 18 golpes de Estado ou tentativas de golpe desde 1932. No último golpe de Estado na Tailândia, em 2006, o primeiro ministro Thaksin Shinawatra, que actualmente vive no exílio, foi deposto.