Notícia
Inglaterra propôs resgate da banca seis meses antes da falência do Lehman
É mais uma revelação Wikileaks: as autoridades monetárias do Reino Unido apresentaram um plano de resgate do sector financeiro aos EUA seis meses antes da falência do Lehman.
14 de Dezembro de 2010 às 10:58
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Seis meses antes do colapso do Lehman Brothers o governador do Banco de Inglaterra apresentou aos Estados Unidos um plano de resgate dos principais bancos britânicos e norte-americanos. Em causa estavam mil milhões de euros que Mervyn King propunha que fossem financiados pelos EUA, Reino Unido, Suíça e eventualmente o Japão.
A notícia é hoje avançada pelo jornal britânico “The Guardian” a partir da troca de correspondência entre a embaixada norte-americana em Londres e os EUA, interceptada pelo Wikileaks, que relata um encontro entre Mervyn King e Robert Kimmit (secretário a adjunto do Tesouro dos EUA) e Robert Tuttle (embaixador dos EUA no Reino Unido).
No relato a correspondência enviada para Washington, Mervyn King terá dito que desde o Verão passado (2007) a natureza da crise financeira mudou, tendo deixado de ser uma crise de liquidez para se transformar numa crise de solvência. Para ultrapassar os bloqueios, King propôs duas coisas: que se montasse um sistema de leilão para que os bancos escoassem os activos mais arriscados e sem liquidez (os chamados “tóxicos”), e, em segundo lugar, que se preparasse um grande fundo para recapitalizar o sistema financeiro, adianta o “Guardian”.
A opção por uma solução tripartida, à qual se juntaria eventualmente o Japão, é justificada pelo facto de o governador do Banco de Inglaterra considerar que o G7 – que reúne o Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA – é um grupo “quase disfuncional”. Além do mais, excluía países com reservas tão abundantes como a China, Singapura e Médio Oriente, com quem deviam encetar conversas sobre a possibilidade de reciclar dólares para recapitalizar os bancos.
Poucos meses após a apresentação da proposta de King, o Reino Unido viu-se obrigado a resgatar instituições financeiras tão importantes como o RBS, o Lloyds e o HBOS. No final de 2007 já o Northern Rock tinha caído.
A notícia é hoje avançada pelo jornal britânico “The Guardian” a partir da troca de correspondência entre a embaixada norte-americana em Londres e os EUA, interceptada pelo Wikileaks, que relata um encontro entre Mervyn King e Robert Kimmit (secretário a adjunto do Tesouro dos EUA) e Robert Tuttle (embaixador dos EUA no Reino Unido).
A opção por uma solução tripartida, à qual se juntaria eventualmente o Japão, é justificada pelo facto de o governador do Banco de Inglaterra considerar que o G7 – que reúne o Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e EUA – é um grupo “quase disfuncional”. Além do mais, excluía países com reservas tão abundantes como a China, Singapura e Médio Oriente, com quem deviam encetar conversas sobre a possibilidade de reciclar dólares para recapitalizar os bancos.
Poucos meses após a apresentação da proposta de King, o Reino Unido viu-se obrigado a resgatar instituições financeiras tão importantes como o RBS, o Lloyds e o HBOS. No final de 2007 já o Northern Rock tinha caído.