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Inflação em Portugal desce para 0,1%. É o valor mais baixo do euro
O crescimento dos preços em Portugal abrandou pelo segundo mês consecutivo e está de novo próximo da estagnação. Na Zona Euro, a subida também desacelerou fortemente em março.
O crescimento dos preços em Portugal voltou a abrandar em março, sobretudo devido à quebra verificada nos produtos energéticos, que refletem a descida das cotações do petróleo nos mercados internacionais.
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), revelados esta terça-feira, 31 de março, a variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC), caiu de 0,4%, em fevereiro, para apenas 0,1%, em março, confirmando a inversão da tendência de subida que se verificava desde o verão do ano passado.
Depois de ter atingido os 0,8%, em janeiro – o valor mais alto desde abril de 2019 – a taxa de inflação em Portugal recuou para 0,4% em fevereiro e agora para os 0,1% em março.
"Esta desaceleração traduziu sobretudo a variação homóloga de -3,1% do índice relativo aos produtos energéticos (+0,9%, em fevereiro), refletindo a evolução dos preços nos mercados internacionais associada à redução da procura deste tipo de produtos devido à pandemia e às divergências entre os países produtores de petróleo", justifica o INE.
A inflação subjacente – a chamada inflação core - que exclui os preços mais voláteis da energia e dos bens alimentares – registou uma variação nula, enquanto o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite uma comparação entre os países do euro, se fixou em 0,1%, uma descida face aos 0,5% de fevereiro.
Este valor foi o mais baixo entre os países da Zona Euro, e que foi registado não só por Portugal, como também por Itália, Grécia e Chipre, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat, na estimativa rápida para o mês de março.
No conjunto dos países da moeda única, a taxa de inflação recuou de 1,2% para 0,7%, em linha com as estimativas dos economistas.
Também neste caso, foi a energia a pesar na evolução dos preços, com uma quebra de 4,3% face a março de 2019, depois da descida ligeira de 0,3% de fevereiro.
Nos alimentos, álcool e tabaco a variação homóloga foi de 2,4%, nos serviços de 1,3% e nos bens industriais não energéticos de 0,5%.
Do lado oposto aos países do sul estão os Estados mais a leste, que registaram as taxas de inflação mais altas em março. É o caso da Eslováquia (2,5%), Lituânia (1,7%) e Letónia (1,4%).
Os dados definitivos referentes a Portugal serão publicados pelo INE no próximo dia 10 de abril. O organismo nacional de estatísticas volta a alertar que, embora "esta informação sobre o mês de março traduza já algum impacto da pandemia COVID-19, é possível que as tendências aqui analisadas se alterem substancialmente".