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“Hard Brexit” pode custar a Portugal 433 milhões de euros por ano

Segundo uma estimativa da seguradora Euler Hermes, as perdas que Portugal poderá sofrer com a saída desordenada do Reino Unido poderão superar os 400 milhões ao ano.

12 de Novembro de 2020 às 13:08
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A saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo poderá custar a Portugal cerca de 433 milhões de euros em exportações, a cada ano, de acordo com um estudo da Euler Hermes.

As três categorias de produto mais afetadas serão os equipamentos de transporte, que poderão ter perdas anuais de 109,2 milhões de euros, seguidos da maquinaria e equipamento elétrico (66,4 milhões) e dos materiais têxteis (57,1 milhões).

A seguradora avalia também as perdas globais da União Europeia em até 33 mil milhões de euros anuais, colocando Alemanha (8,2 mil milhões), Países Baixos (4,8 mil milhões), França (3,6 mil milhões), Itália (2,6 mil milhões) e Espanha (2,1 mil milhões) entre os países mais afetados.

Os analistas estimam ainda que outra das consequências de uma saída sem acordo é um aumento generalizado e significativo do preço dos bens importados (+15%) – e é isso que explica as perdas que se estimam para as exportações da União Europeia.

Tendo em conta o aumento do valor dos preços dos bens importados, bem como a sensibilidade das importações aos preços, a análise revela que a Alemanha pode perder até 11,2% das suas exportações para o Reino Unido (o equivalente a 8,2 mil milhões e a 0,6% das suas exportações totais); os Países Baixos, 10,5% (o equivalente a 4,8 mil milhões) e França, 11% (o equivalente a 3,6 mil milhões).

 

Saída "a bem" pode custar menos de metade a Portugal

Num cenário de saída com acordo, o chamado ‘soft Brexit’, existirão implicações menores para os países da União Europeia. Portugal poderá ser penalizado em 218 milhões de euros por ano em exportações, com a componente de equipamento de transporte a perder anualmente cerca de 47,3 milhões. O segmento da maquinaria e o equipamento elétrico terá menos 39,9 milhões a entrar por ano e os materiais têxteis, 23,1 milhões.

O estudo estima agora que há 45% de probabilidades de um Brexit sem acordo no final de 2020.

Nesse cenário (uma saída da União Europeia a 1 de janeiro de 2021, com um provável regresso às negociações durante o ano) os economistas estimam que o Reino Unido registe uma contração de cerca de 5% do PIB no próximo ano, uma diminuição de 13% nas exportações, uma redução do total de investimento superior a 25%, uma desvalorização de cerca de 10% da libra, e um aumento de 53% nas insolvências de empresas.

Se houver um entendimento de última hora, e o Acordo de Comércio Livre for implementado até metade de 2021, o Reino Unido registará, em 2021, um crescimento de 2,5% do PIB, um crescimento de 1,8% nas exportações, uma redução do total de investimento de cerca de 15%, uma desvalorização de 3% da libra, e um aumento de 31% nas insolvências de empresas.

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