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Greve da função pública com "forte adesão" ao início da noite, diz sindicato

A Câmara Municipal de Lisboa tinha alertado na quinta-feira que o sistema de recolha de lixo na cidade poderia sofrer perturbações, devido à greve, e apelou a que "não se abandone o lixo na rua".

12 de Novembro de 2021 às 07:39
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A greve da função pública registava "forte adesão" ao início da noite de quinta-feira, sobretudo "nos setores de recolha de lixo e higiene urbana", disse esta sexta-feira o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL).

"Nos primeiros serviços de recolha noturna a entrar em funcionamento -- Almada, Amadora, Évora, Loures, Odivelas, Palmela, Moita e Seixal -- registou-se uma adesão de 100%, não tendo sido efetuada a recolha de lixo e serviços de higiene urbana noturna nestes concelhos", indicou o STAL, em comunicado.

"Lisboa, Sintra e Funchal, por seu lado, registaram uma adesão muito significativa, tendo a recolha sido fortemente afetada", acrescentou.

Para o STAL, "os dados conhecidos até ao momento na Administração Local e Regional revelam uma forte adesão à paralisação convocada pela Frente Comum, e são um sinal claro de que os trabalhadores das autarquias estão de acordo com as razões desta greve".

A Câmara Municipal de Lisboa tinha alertado na quinta-feira que o sistema de recolha de lixo na cidade poderia sofrer perturbações, devido à greve, e apelou a que "não se abandone o lixo na rua".

A greve da função pública, marcada pela Frente Comum para esta sexta-feira, começou ao final da noite de quinta-feira também nos hospitais.

Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar afirmou que se "solidariza com esta ação reivindicativa" e apelou à adesão de todos os membros.

A Frente Comum (CGTP) reivindica aumentos de 90 euros para todos os trabalhadores e um salário mínimo de 850 euros na administração pública, mas o Governo vai fazer uma atualização salarial de 0,9%.

Na quarta-feira, realizou-se uma nova ronda negocial com a equipa do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, mas o Governo não alterou a sua proposta, estando agendada nova reunião para a próxima semana.

Na quinta-feira, o coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Sebastião Santana, disse à Lusa que "os motivos para a greve" se mantinham.

"O Governo não nos deixa alternativa porque não resolve os problemas dos trabalhadores, porque não quer", considerou Sebastião Santana.

O sindicalista disse ainda acreditar que "a luta [desta sexta-feira] vai certamente levar o Governo a perceber os erros que tem cometido e ainda vai a tempo de mudar de atitude".

Segundo o líder da Frente Comum, os efeitos da paralisação deverão ser mais visíveis nos serviços com atendimento ao público, como a saúde e a segurança social.

Como é habitual, a greve deverá levar ao encerramento de muitas escolas por todo o país, afirmou ainda Sebastião Santana.

O sindicalista lembrou que esta é uma greve de todos os trabalhadores da Administração Pública, porque tem a ver com a falta de resposta do Governo à proposta reivindicativa comum que a estrutura sindical apresentou ao executivo socialista, e que inclui aumentos salariais, revisão de carreiras e do sistema de avaliação.

"Existe uma predisposição geral para a greve porque os problemas para os quais exigimos resposta são comuns a todos os trabalhadores", disse Sebastião Santana.

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (UGT) também tinha marcado uma greve para esta sexta-feira contra a desvalorização dos salários e carreiras da Administração Pública, mas desmarcou-a na semana passada, face ao cenário de dissolução da Assembleia da República, por entender que "a mobilização dos trabalhadores deve ser aproveitada para um momento mais adequado", nomeadamente para a discussão do futuro Orçamento do Estado para 2022, caso não seja melhor do que aquele que foi chumbado.
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